Thyssen define orçamento de R$ 2 bilhões para Brasil
A ThyssenKrupp elaborou um plano para seus negócios no Brasil nos próximos cinco anos com a previsão de investir R$ 2 bilhões. O valor é referente a seu orçamento em novas atividades e também na manutenção de seus operações industriais no país. Se comparado com o total dos aportes em todo o mundo, o volume de recursos é expressivo e "mostra a confiança da empresa no país", afirma Michael Höllermann, presidente da companhia na América do Sul e Central.
Vão corresponder por aproximadamente R$ 400 milhões ao ano destinados às 14 unidades já existentes e também a novas operações locais. O valor corresponde por um décimo dos investimentos do grupo alemão em todo o mundo, de € 1,4 bilhão anuais.
O dinheiro será usado em tecnologia, produtos, processos e em manutenção, inclusive do negócio de siderurgia, a CSA, no Rio, que responde por mais da metade da receita na região. O orçamento também inclui investimentos correntes nas demais áreas e a nacionalização de operações. É o caso da linha de usinagem para elos para correias de máquinas agrícolas e de construção. Hoje, esses produtos são importados de unidade na Itália.
O bom andamento do negócio de elevadores e a expectativa de crescimento do país justificam o investimento, apesar do momento mais difícil agora, diz o executivo da Thyssen. Neste ano, a empresa sofreu com o enfraquecimento de alguns mercados importantes para suas receitas, como o automobilístico e o de construção. "Oscilamos com o mercado em vários segmentos. Foi um ano complicado", resumiu. Ele acredita que 2015 ainda será um ano de insegurança e que a empresa volta a ter um crescimento próximo do potencial em 2016.
As cinco grandes divisões da empresa são componentes para indústria (com destaque para automotiva) e infraestrutura, elevadores, soluções industriais, de serviços de materiais e aço.
"Para médio e longo prazos, seguimos otimistas com o Brasil. A necessidade de infraestrutura no país gera expectativas de uma demanda interessante", afirma Höllermann. Ele foi incumbido de conduzir todas as operações brasileiras do grupo, de maneira integrada e centralizada, há dois anos.
Agora, é também o responsável nos demais países da região, que somou faturamento de R$ 9,5 bilhões no ano passado. No grupo há 22 anos, ele chegou à ThyssenKrupp brasileira em 1996. De 1999 a 2004, ficou por três anos no México e outros três na Alemanha. Em 2005, retornou ao país.
Enquanto ainda conclui a venda da maior parte da RIP Serviços Industriais, em Indaiatuba (SP) - o serviço feito à CSA continua com o grupo -, a empresa coloca em sua estratégia novas áreas para tentar ganhar espaço na região. Estão na lista o setor agrícola, energia eólica, cimento, cana-de-açúcar, mineração e autopeças.
Em óleo e gás, área que a empresa alemã vem estudando há um ano no país, Höllermann diz que os primeiros resultados já aparecem. "Conseguimos pedidos para fabricar componentes para fornecedores da Petrobras ", afirma. Outra área vista com otimismo pela companhia é a de componentes para setor aeronáutico. A Thyssen já é fornecedora da Embraer, com produtos feitos em Taubaté (SP), e diz que o atual patamar de câmbio tem dado alívio ao seu cliente.
Entre os projetos em andamento, a Thyssen vai começar a distribuir as primeiras amostras de componentes para automóveis feitas em sua nova unidade de Poços de Caldas (MG), que recebeu investimentos de R$ 100 milhões. Também está abrindo um centro de serviços para as áreas de mineração e cimento na capital mineira e dando continuidade à expansão da operação de elevadores em Guaíba (RS).
Fonte: Valor Econômico