BNDES estima investimento no país de R$ 4,1 trilhões
RIO - O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) estima que a economia brasileira receberá, no período de 2015 a 2018, investimentos de R$ 4,101 trilhões. O valor tem aumento real de 17,1% em relação à estimativa para o período de 2010 a 2013.
Segundo panorama feito pelo banco de fomento os investimentos em infraestrutura devem somar R$ 598 bilhões, aumento de quase 31% em relação ao 2010-2013. O forte aumento é impulsionado, entre outros fatores, pelo Programa de Investimento Logístico (PIL). Se este valor for concretizado, infraestrutura passará a responder por 2,6% do PIB. A estimativa anterior, de 2010 a 2013, com investimentos previstos de R$ 457 bilhões, a participação do setor no PIB era de 2,3%.
Dividido por setores, portos teve a maior variação, com aumento de 141% no período de 2015 a 2018, para R$ 36 bilhões, seguida de ferrovias, com aumento de 98,9% no período, para R$ 45 bilhões; infraestrutura social teve aumento de 64,6% nas estimativas em relação a 2010-2013, para R$ 87 bilhões.
Ainda em infraestrutura, aeroportos devem receber investimentos de R$ 16 bilhões de 2015 a 2018, aumento de 49,5% em relação a 2010-2013. Rodovias devem receber R$ 80 bilhões em aportes de 2015 a 2018, aumento de 29,1% em relação ao período anterior. Telecomunicações devem receber aportes de R$ 141 bilhões e no período, aumento de 37,8%, e o setor elétrico deve receber aportes de R$ 192 bilhões, volume estável em relação ao projetado para o cenário 2010-2013
Petróleo e gás devem receber investimentos de R$ 509 bilhões de 2015 a 2018, aumento de 42,1% em relação ao período anterior. A indústria, segundo análise do banco, deve receber aportes de R$ 909 bilhões, aumento de 18,5% em relação ao período de 2010-2013.
Entre os setores que terão queda nos investimentos no período de 2015 a 2018, a maior é observada no setor sucroenergético, de 40,5%, para R$ 25 bilhões. A "boa notícia", segundo o chefe da área de estudos econômicos do BNDES, Fernando Puga, é que na margem os investimentos estão melhorando e que a queda já foi maior, de 80%. Em segundo, vem o setor siderúrgico, que teve queda na expectativa de investimentos de 38,5%, para R$ 12 bilhões. O setor foi influenciado pelo preço das commodities no cenário internacional e pela sobreoferta de aço no mundo.
O banco destacou que o total de investimentos projetados para o período de 2010 a 2013 , de R$ 3,5 trilhões foi 90% do total efetivamente realizado no período. Puga destacou, ainda, que há mudança qualitativa nos investimentos para o período de 2015 a 2018. Em energia, por exemplo, tem maior peso nos investimentos as novas fontes, como solar e eólica. Em telecomunicações, o que puxa a estimativa de investimentos é a tecnologia de quarta geração (4G).
"Mais do que o aumento numérico, há mudança qualitativa no investimento, que distingue bem este mapeamento em relação aos anteriores. Os investimentos estão mais intensivos em capital. Em óleo e gás, estamos entrando na exploração de águas profundas, na parte de química, estamos entrando na química verde", exemplificou Puga.
O diretor de Planejamento do BNDES, João Carlos Ferraz, lembrou que esta perspectiva foi desenvolvida muito antes do anúncio da nova equipe econômica do governo.
Fonte: Por Elisa Soares | Valor Econômico