Dirigentes metalúrgicos do Rio Grande do Sul participam, desde terça-feira (04), 2º Congresso da IndustriALL, Global Union, a federação internacional dos trabalhadores na indústria, no Rio de Janeiro. Cerca de 1300 sindicalistas de todo o mundo, trabalhadores químicos, têxteis, mineradores, da energia e do setor metalúrgico, estão reunidos até sexta-feira, em uma grande troca de experiências e fortalecimento do movimento sindical mundial.

Para o presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTMRS/CUT), Jairo Carneiro, que participa do congresso, o evento solidifica a unidade entre os trabalhadores da indústria do mundo inteiro. Atualmente, questões como empregabilidade, meio ambiente e crise na economia, por exemplo, são problemas enfrentados por todos os países quer sejam desenvolvidos e em desenvolvimento.

O secretário de Finanças da FTMRS, Ademir Bueno, também presente no evento, acrescenta que a realidade trazida pelos sindicalistas de outros países mostra que a precariedade do trabalho é a mesma. \"A exploração dos trabalhadores é a mesma na China, na França, na Inglaterra, citando alguns. Temos uma grande luta comum que é a defesa do trabalho decente\".

O congresso também elegeu ontem (05), a nova direção da entidade para mandato de quatro anos. O secretário de Relações Internacionais da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Valter Sanches, foi eleito secretário geral da IndustriALL Global Union. Essa é a primeira vez que um representante do hemisfério Sul ocupa o principal cargo da organização. Na nova direção da entidade, ele é o único metalúrgico brasileiro no Comitê Executivo. A presidência passou a ser ocupada por Jörg Hofmann, do IG Metall (sindicato dos metalúrgicos da Alemanha). Já a presidenta da Confederação Nacional dos Químicos da CUT (CNQ/CUT), Lu Varjão, foi eleita para o Conselho Diretivo da IndustriALL.

Carneiro salienta que a eleição Valter Sanches para a gestão da IndustriALL Global Union fortalece o movimento sindical, propicia o crescimento da articulação do mundo do trabalho e é de extrema importância para a esquerda no Brasil ao colocar um metalúrgico da CUT ocupando um cargo até então predominantemente ocupado por lideranças européias.