Viviane é a primeira mulher montadora de andaimes

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Viviane é a primeira mulher montadora de andaimes

Viviane Neves Gomes, 36 anos, casada e mãe de três filhos, concilia as atividades do lar com a atividade profissional. Até aí nada de mais, porque muitas vivem nesta situação. O que chama atenção, no entanto, é sua profissão. Ela é a primeira montadora de andaimes, do centro do país para baixo.

“Foi amor à primeira braçadeira”, explica ela com o bom humor que lhe é característico. Quando soube que o STIMMMERG promovia esse curso profissionalizante, não hesitou. Pediu demissão de seu outro emprego e foi fazer o curso. Os filhos adolescentes disseram que ela era louca, mas teve o apoio deles e especialmente do marido.

“Eu queria trabalhar no Polo Naval e gosto do trabalho mais braçal. Nessa atividade tem de gostar um pouco do risco, ter força física e atenção permanente. Também gosto de altura. Atualmente trabalho em 10 metros e é tranquilo”, diz ela.

Viviane fez o curso em janeiro e não faz um mês que está em atividade. Entrou na Mills como ajudante de montador de andaimes, mas acredita que em 90 dias será promovida à montadora de andaimes.

Curiosidade
A mais nova associada do STIMMMERG afirma que não estranhou a profissão e nem o fato de trabalhar no meio de homens. “Não tive problemas de discriminação. Claro que houve dúvidas se eu teria capacidade para esse tipo de trabalho, tanto que nos primeiros dias todo mundo ia olhar, mas todo mundo ajuda. Acredito que estou abrindo um precedente para outras mulheres e a profissão é exatamente o que eu pensava. Estou adorando. É um serviço de risco, mas cumprindo o procedimento técnico de segurança não há problema”.

Pioneirismo e o sindicato
Viviane Gomes considera que o fato de ser pioneira na atividade de montadora de andaimes “é um marco. Existe a montagem de andaime no Sul antes de mim e depois de mim”, brinca ela, que em seguida, falando mais seriamente, considera sua iniciativa “interessante. Espero que possa abrir espaço para mais mulheres”.

A mais nova associada do sindicato elogia a diretoria pela realização de cursos profissionalizantes, como o que ela fez e possibilitou sua entrada no Polo Naval. “O sindicato, a partir do momento em que abriu espaço em sua sede para a empresa realizar o curso, oportunizou qualificação para as pessoas da cidade e teve uma participação decisiva para que eu hoje esteja trabalhando”.

O instrutor da Mills também elogia a parceria com o STIMMMERG: “Sem essa parceria não estaríamos dando oportunidades com a contratação de mão-de-obra local”, observa Joaquim José de Souza.

 “Esperamos que não seja a última”O chefe de andaimes e instrutor da Mills Estruturas e Serviços de Engenharia, o paulista Joaquim José de Souza, não esconde o orgulho de ter formado a única mulher montadora de andaimes existente no sul do Brasil. “Só tem na Bahia”, diz ele, que considerou muito bom o desempenho de Viviane no curso promovido pelo sindicato e a Mills: “Ela se saiu muito bem no treinamento, mostrou capacidade técnica. Por isso a efetivamos e esperamos que não seja a última mulher”.

Mesmo surpreso com a opção de Viviane, o funcionário da Mills lembra que até mesmo o pessoal de RH da empresa estranhou a contratação dela para esse tipo de atividade e buscou confirmação com superiores. No primeiro dia de trabalho, o próprio chefe da obra foi olhar a estreia de Viviane e elogiou o seu trabalho.

Cabe destacar, com relação àquele primeiro dia de trabalho, que “o outro funcionário que estava no gaveteiro (espécie de depósito de material) nunca trabalhou tanto como no dia em que ela chegou”, comenta Joaquim Souza, que faz uma observação: “Hoje o andaime não requer força. Requer técnica, habilidade e trabalhar em conjunto”.


 


Fonte: Iqui de la Rocha/ Jornal O Metalúrgico

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