Mobilização para combater o desrespeito e as práticas antissindicais

Mobilização para combater o desrespeito e as práticas antissindicais

Recentemente, a Exatron – empresa do setor eletroeletrônico de Porto Alegre, que fabrica produtos voltados à economia de energia nas áreas de iluminação e segurança – foi denunciada por não respeitar os trabalhadores e os acordos coletivos firmados com o sindicato, especialmente no que se refere ao banco de horas.

Segundo informações, é comum a empresa, sem qualquer critério e negociação, ditar um dia antes o não-trabalho ou o trabalho extra. Assim, o trabalhador não é dono do seu tempo e não pode nunca planejar viagens e passeios com a família, nunca pode assumir nenhum compromisso importante, pois o patrão é quem manda na sua hora livre e na sua vida particular. Além de tirar a liberdade das pessoas, o banco de horas retira direitos consagrados como as horas-extras, pagas com adicionais que incidem em outros direitos, como as férias, 13° salário, FGTS etc.

Segundo as denúncias, a empresa estaria adotando a velha prática antissindical de tentar jogar os trabalhadores contra o sindicato. Entre outras coisas, as chefias foram orientadas a desestimular a sindicalização dos trabalhadores com o argumento de que a entidade “nada faz para o trabalhador” ou só serve para “tirar o dinheiro do trabalhador”. Na verdade, elas fazem isso porque temem o sindicato, sabem que a entidade tem uma história de mais de 80 anos de luta e, enquanto filiada à CUT, sempre foi combativa e de luta. Tudo o que as chefias da Exatron querem é manter o sindicato distante para poder explorar ainda mais o trabalhador. E isso não pode acontecer.

MOBILIZAÇÃO

O tiro saiu pela culatra e o sindicato resolveu se fazer cada vez mais presente. Na manhã da quinta-feira, 1° de novembro, uma reunião com os trabalhadores na porta da empresa foi realizada para tratar destas e outras denúncias. Na ocasião, outros casos foram relatados por alguns trabalhadores, como a discriminação quanto ao café da manhã, que a empresa só fornece para o pessoal da área administrativa. Os trabalhadores da produção tem de trazer de casa o seu próprio café.

Embora a mobilização fosse ordeira e pacífica, sem atrapalhar o trânsito de veículos e de pessoas, a empresa tratou a mobilização como caso de polícia, pois mandou chamar a Brigada Militar. Mais uma prova de que não tolera a ação e a presença sindical na instituição.

Uma das chefias que questionou a ação e a presença do sindicato no portão da empresa foi o empresário Régis Haubert. Por coincidência, Haubert também estava na página16 da Zero Hora, edição daquele dia. O jornal diz que ele, no 5° Congresso Internacional de Inovação, realizado em Porto Alegre, "foi um ouvinte atento dos estrangeiros que discorreram sobre ideias criativas para modernizar indústrias". Entre as dicas colhidas no encontro, que ele diz praticar ou que podem lhe inspirar ou ser adaptadas ao seu negócio, ressaltou "a perfeita harmonia entre o talento das pessoas e a geração de ideias, e criar um ambiente saudável de confiança coletiva". Esperamos que ele coloque em prática o que defende e efetivamente crie ambientes mais saudáveis, com menos imposição de produção, respeito aos acordos e leis trabalhistas, enfim, acabe com a discriminação e seja mais tolerante com os funcionários e seus representantes.

 


Fonte: Sindicato dos Matelúrgicos de Porto Alegre

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