Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo participa de debate sobre mercado de trabalho
O bom momento econômico no qual vive o país é indiscutível e economia aquecida reflete-se também no mercado de trabalho.
Diversos são os setores com grande oferta de vagas, como o da construção civil, o metal-mecânico e a prestação de serviços. Porém, muitas destas vagas não são preenchidas.
A falta de mão de obra qualificada seria um dos motivos. Visando solucionar essa demanda, governos dos três níveis e entidades oferecem cursos de qualificação. Surge aí um novo problema, a baixa procura por estes cursos.
A qualificação profissional e o panorama atual do mercado de trabalho foram alguns dos assuntos que nortearam o debate do programa “Realidade” realizado, excepcionalmente, na última segunda-feira.
Participaram dos debates a coordenadora da Universidade Popular, Maria Augusta D’Arienzo; o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo, Ailton Araújo; o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Estabelecimentos de Ensino de Passo Fundo e Região – Sintee Norte/RS, Gilmar José Voloski; e o coordenador Regional da Agência de Desenvolvimento do FGTAS/ SINE, Ismael de Oliveira.
Maria Augusta D’Arienzo contou que somente a Prefeitura Municipal de Passo Fundo oferece, com recursos próprios, cerca de 3 mil vagas por ano para cursos de qualificação, sendo que todas são preenchidas. “Porém entendo que, às vezes, a população que precisamos atingir, não é alcançada. Agora com esse trabalho do Brasil Sem Miséria, que a Prefeitura aderiu, vemos que falta a elevação da escolaridade e não conseguimos atingir as pessoas integrantes do grupo que temos como meta, que são aquelas que fazem parte do Cadastro Único, preferencialmente, quem recebe o Bolsa Família”, pontuou.
A coordenadora da Universidade Popular acredita que falta informação por parte da população sobre os cursos oferecidos. “Quando as pessoas sabem de tudo o que é ofertado pelo município, de graça e, ainda, com ajuda de custo, somos procurados. O nosso problema hoje é que as pessoas não têm a escolaridade exigida como critério para os cursos. Nosso trabalho enquanto educadores é buscar essas pessoas para inseri-las na Educação de Jovens e Adultos”, completou.
Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Aílton Araújo, o motivo para o não preenchimento de postos de trabalho não é a falta de qualificação dos trabalhadores. “Profissional tem e com qualificação, o problema é o mercado de trabalho. As empresas não se deram conta ainda como devem trabalhar. Nós vivemos uma economia de mercado onde há lei da oferta e da procura. Está faltando é um salário adequado para atrair o trabalhador para a empresa, com trabalho decente em todos os aspectos”.
Em relação à baixa procura e até a ociosidade de vagas em cursos de qualificação, o presidente do Sintee Norte/RS, Gilmar José Voloski, lembrou que é preciso oferecer cursos de acordo com a cultura e a realidade local. “É preciso fazer um equilíbrio entre a cultura, como a sociedade se comporta neste momento e as suas necessidades também. Porque se não acaba acontecendo de fato isso, são oferecidos cursos e existem vagas ociosas”, opinou. Ele compartilha do mesmo raciocínio apontado por Aílton Araújo, quanto às mudanças no mercado de trabalho. “O país está em desenvolvimento e nos temos que mudar a cultura de que a mão de obra é barata, tem que haver uma valorização do profissional”, destacou.
Ismael de Oliveira alertou sobre a necessidade de haver uma parceria entre todos os sindicatos. “Por exemplo, o sindicato da Construção Civil vai pedir curso de qualificação para pedreiros, mas além de fazer essa solicitação ele vai procurar os empresários do setor, para que esses, então, se dirijam a agência do SINE abrindo vagas para as pessoas que serão qualificadas. Assim teremos os profissionais capacitados e as vagas para serem imediatamente preenchidas”, comentou o coordenador Regional da Agência de Desenvolvimento do FGTS/ SINE. “Hoje temos vagas sobrando em todas as áreas profissionais, o que falta mesmo é pessoas para preencher essas vagas e a causa mais provável é a falta de qualificação profissional”, ressaltou.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Passo Fundo