Proposta Patronal é Rejeitada Em Canoas
O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas realizou na manhã de hoje assembléia nos portões de duas grandes indústrias metalúrgicas locais – a Agco do Brasil e a MWM International Engines – para apresentar a proposta patronal da última reunião de negociação, realizada na tarde da terça, 8 de junho.Na base de Canoas, a campanha salarial arrasta-se desde abril. De lá para cá, apesar das mobilizações e do esforço do sindicato, e diante de um quadro bastante positivo da economia, os empresários ofereceram um reajuste de apenas 6,5% para os salários e 8% para os pisos salariais, muito abaixo daquilo que a categoria entende ser justo, ou seja, 10% e 14%, respectivamente. Colocada em votação, a proposta patronal foi rejeitada por unanimidade pelos trabalhadores.
Segundo Flávio José Fontana de Souza, o Flavião, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos, “a proposta de 6,5% mal repõe a inflação do ano”. Para ele, as empresas estão faturando como nunca e estão projetando um crescimento superior a 10% na produção e no faturamento. O DIEESE, com base em dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostra um crescimento extraordinário da produtividade e uma queda significativa do rendimento médio dos trabalhadores. Além disso, o piso dos metalúrgicos já está quase empatando com o piso regional. “Isto é uma vergonha. Não queremos negociar esmolas e sim um reajuste decente, que melhore o poder aquisitivo da categoria e diminua o achatamento salarial dos últimos anos, imposto pela alta rotatividade de pessoal nas fábricas”, completou.
Na base de Canoas e Nova Santa Rita, o sindicato vem realizando assembleias nas portas de fábrica para distribuir boletins e relatar as negociações, com pequenos atrasos na pegada. Na manhã de hoje, cerca de 1.800 trabalhadores e trabalhadoras atrasaram a entrada em cerca de 40 minutos.
Fonte: Geraldo Muzykant - Sindicato de Canoas