Porto Alegre: Parker demite trabalhador doente e companheiros podem parar produção em solidariedade

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Porto Alegre: Parker demite trabalhador doente e companheiros podem parar produção em solidariedade

Nunca a velha forma de tratamento político-sindical "companheiros" foi tão valorizada como hoje pela manhã na Parker, de Cachoeirinha. Isso porque os trabalhadores e trabalhadoras da empresa realizaram manifestação em frente à empresa entre as 6h15min e 7h30min, portanto com meia hora de atraso na pegada, para se solidarizar com um companheiro de fábrica que, em pleno tratamento de doenças provavelmente originadas no trabalho, foi demitido sem dó nem piedade pela empresa na semana passada.

"A empresa não pode tratar de seus funcionários como se fossem um bagaço de laranja. Sugam a mão-de-obra do trabalhador e quando ele está \'no bagaço\', doente, o descartam sem dó nem piedade", comparou o diretor de nosso sindicato e presidente da Federação dos Metalúrgicos, Jairo Carneiro.
   
Além de um ato de protesto, a assembleia realizada no local, conduzida pelo presidente do sindicato, Lirio Segalla, serviu para a votação com aprovação unânime de uma paralisação, caso a empresa não volte atrás na decisão de demitir o trabalhador adoentado, cumprindo assim as exigências contidas na Lei nº 7.783/89, que estabelece o direito de greve.

Entrevistado, o trabalhador informou que vinha, com o conhecimento da empresa, fazendo sessões de fisioterapia para curar ou amenizar as dores causadas pela epicondilite (doença causada por atividades que exigem uso excessivo ou incomum dos músculos do punho ou do antebraço, ou por tensões repetitivas na articulação do cotovelo) e pela cervicalgia (dores, tensões e rigidez no local onde está localizada a coluna cervical). Teria, inclusive, sido alertado por médicos e fisioterapeutas sobre a possibilidade de afastamento do trabalho para a busca mais rápida e total de recuperação, mas a dedicação ao trabalho falou mais alto e ele acabou adiando este afastamento.

Durante o dia, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre encaminhou carta de aviso de greve para a empresa, aguardando uma solução negociada para o caso. "Mas a palavra tem de prevalecer, pois a empresa prometeu que não iria levar à frente a demissão e não cumpriu a promessa", disse o diretor de Saúde do sindicato, Alfredo Gonçalves, para quem a empresa e seu médico cometeram um ato extremamente ilegal. A entidade não descarta a possibilidade de processar judicialmente o médico da empresa, que desconsiderou as doenças do trabalhador e teria concordado com a demissão dele.

 
 
 
 


Fonte: Sindicato dos Matelúrgicos de Porto Alegre

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