Metalúrgicos intensificam mobilizações por reajuste salarial mais digno em Sapiranga
Os metalúrgicos de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz realizaram assembleia no dia 21 de junho passado. Na ocasião, rejeitaram a proposta patronal de 8% de reajuste salarial e decidiram entrar em "Estado de greve" para buscar um reajuste salarial maior. A partir de então, várias mobilizações com atraso na pegada passaram a ser feitas nas principais fábricas da base metalúrgica. Como exemplos estão as paralisações feitas nas manhãs de quarta-feira 29, na Metalúrgica Ferrabraz, e quina-feira 30, na Metalúrgica Altero, que duraram em média uma hora cada.
Segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Mauri Schorn, a categoria rejeitou os 8% porque, além de mal repor as perdas inflacionárias, o reajuste seria parcelado em duas vezes: 7% retroativos a 1° de maio e 1% em 1° de julho. "A categoria entende que a proposta está muito distante da reivindicação encaminhada no início de abril, ou seja, 6,3% (recuperação da inflação) + 7,5,% (aumento real relativo ao PIB de 2010). As empresas estão produzindo e lucrando como nunca e tem, sim, condições de oferecer um reajuste maior, pra compensar os efeitos da recente crise econômica financeira, que, embora aqui no Brasil tenha sido comparada à uma \'marolinha", trouxe muitas demissões e arrocho salarial para os metalúrgicos", explica.
Segundo Mauri Schorn, as mobilizações tendem a ser cada vez mais fortes e intensas, caso os patrões mantenham sua proposta rebaixada. Ele lembra que outras bases metalúrgicas com data-base em maio, os patrões locais já estão oferecendo 9%, como é o caso de Porto Alegre, por exemplo. "Na mobilização de hoje, na Altero, tivemos o apoio dos deputados Dionilso Marcon Federal e Edegar Pretto estadual, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT). Além disso, dirigentes sindicais e militantes de outras cidades como Porto Alegre, Canoas, São Leopoldo, Novo Hamburgo, dois Irmão, Sapiranga e Erechim, estão nos ajudando na difícil tarefa de cumprir com a decisão de assembléia geral, que é, num primeiro momento, realizar assembléias com atraso nos portões das fábricas, muitas vezes enfrentando os aparatos repressivos particulares convocados pelos patrões. Felizmente, temos o apoio total dos trabalhadores e trabalhadoras das fábricas, que estão aderindo cada vez mais às nossas mobilizações".
Fonte: stmetal