Metalúrgicos de Sapiranga terão 8.05% de rejuste salarial e 10% nos pisos
Reunidos em assembleia geral na noite da sexta-feira, 22 de julho, os metalúrgicos decidiram
por unanimidade aprovar a proposta amadurecida nas negociações entre representantes patronais
e dos trabalhadores, colocando um fim na campanha salarial deste ano. Entre as principais
conquistas está o reajuste salarial que repõe as perdas inflacionárias entre maio/2010 e abril/
2011, garante um aumento real, valoriza os pisos e renova as cláusulas sociais da Convenção
Coletiva. Vaja detalhes abaixo:
REAJUSTE
Pelo acordo aprovado na assembléia, os metalúrgicos de nossa base terão reajuste de 8,05%,
retroativos a 1° de maio,
PISOS
Os dois pisos salariais da categoria tiveram reajustes bem acima da inflação, acompanhando as
políticas de valorização do salário mínimo e do piso regional, adotadas pelos governos federal
(Dilma Rousseff) e estadual (Tarso Genro). O piso admissional teve reajuste de 10,18% e,
retroativamente a 1° de maio, passa a valer R$ 3,03 por hora. Já o piso efetivo, que vigora a
partir do 1° dia do mês seguinte ao que o empregado completar 60 dias de trabalho na mesma
empresa, teve reajuste de 10,00% e passa a valer R$ 3,23 por hora desde maio.
DIFERENÇAS
Segundo o acordo, as diferenças salariais para as empresas que não conseguiram incluir o
reajuste na folha de pagamento de julho, podem ser feitas na folha de agosto.
OUTRAS CLÁUSULAS IMPORTANTES
O novo acordo coletivo manteve importantes conquistas como o quinquênio de 3%, o adicional
noturno de 20% até as sete da manhã, o auxílio-creche no valor de R$ 110,00, as estabilidades
para quem está na iminência de se aposentar e tem mais de cinco anos na empresa, o auxílio-
educação em setembro no valor equivalente a 50% do piso admissional, as horas extras com
adicionais de 50% (as primeiras duas) e 100% (as demais horas laboradas), só para citar alguns
exemplos.
Avaliação da direção do sindicato
Mais uma vez, não foi nada fácil arrancar dos patrões um reajuste que fosse considerado digno
para os trabalhadores e trabalhadoras metalúrgicos de Sapiranga, Araricá e Nova Hartz.
Todo o ano, os patrões inventam alguma desculpa para não conceder reajustes capazes
de melhorar um pouco mais o nível salarial da categoria. E este ano não foi diferente.
Um ano é a crise internacional, outro ano é o setor calçadista que não vai bem e acaba,
aqui na região, prejudicando outros ramos (comércio, metalurgia etc.). Este ano é a
chamada “desindustrialização” e as teses retrógradas de economistas que não gostam de
trabalhador dizendo que reajustes salariais geram inflação e esta, por sua vez, causa crise,
demissões etc. E a choradeira patronal na mesa de negociação vai se perpetuando. Por outro
lado, uma negociação que repõe as perdas inflacionárias, decreta um aumento real nos salários
e mantém avanços, não pode ser considerada ruim. A avaliação da direção é que o acordo
fechado foi bom porque, inclusive, ficou na média de outros acordos metalúrgicos fechados
no Estado. E só foi bom porque a categoria participou das mobilizações, não se intimidou com
a pressão patronal, deu respaldo para o sindicato realizar boas ações nas portas de fábrica,
comenta o presidente do Sindicato Mauri Schorn.
Fonte: stmetal