Metalúrgicos de Porto Alegre aprovam proposta de reajuste salarial

Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre
Metalúrgicos de Porto Alegre aprovam proposta de reajuste salarial

As intensas mobilizações e a garra dos trabalhadores metalúrgicos nas fábricas fizeram com que a classe patronal cedesse e apresentasse uma proposta passível de avaliação e aprovação em assembleia de trabalhadores. A categoria atendeu ao chamado do sindicato, mobilizou-se dentro e fora das fábricas, deu o respaldo necessário nas mesas de negociação e compareceu nas assembleias. A última delas, realizada na noite da quinta-feira, 7 de julho, avaliou e aprovou a proposta de 9% de reajuste sobre os salários de maio/2010, sendo 8% retroativo a 1° de maio/2011 e o restante para completar 9% em 1° de novembro.

Descontando a inflação (6,3%), o reajuste de 9% garante um aumento real de 2,54% sobre os salários de maio/2010. Pelo acordo aprovado, os pisos salariais terão um reajuste um pouco maior. O inicial (primeiros 30 dias) terá um reajuste de 9,15% e o efetivo (após 30 dias), 9,28% a partir de 1º de maio. O salário de aprendiz também terá valorização bem acima da inflação. A partir de maio/2011, tem reajuste de 13,25% e passa a valer R$ 583,00 por mês ou R$ 2,65 por hora.

Outro ponto importante do acordo aprovado é a renovação por dois anos de todas as demais cláusulas não-econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho anterior. Desta forma, ficam garantidos avanços importantes não previstos na CLT, como os auxílios educação, creche e de formação profissional, os adicionais noturno, de hora-extra e por tempo de serviço (quinquênio), os adiantamentos, as licenças, as garantias às mulheres e aos aposentandos, a votação secreta para decidir sobre o banco de horas, só para citar alguns exemplos. Os 9% do acordo coletivo também valem para o auxílio-creche, que passa a valer R$ 162,75. Este reajuste também será repassado para o valor limite do quinquênio de 3%. A partir de maio/2011, é limitado a salários de R$ 3.489,09.

Para a diretoria do Sindicato, ainda que não tenhamos conquistado o reajuste almejado (recuperação das perdas + PIB de 2010), nesta campanha salarial conquistamos a reposição das perdas (6,3%), mais um aumento real de 2,54%, inclusive para o setor de Reparação de Veículos. Também tivemos a valorização dos pisos, do salário de aprendiz, do auxílio-creche e de outros importantes avanços. A própria renovação por dois anos de todas as cláusulas sociais pode ser considerada um fator importante se levarmos em conta a tentativa patronal de retirar ou flexibilizar cláusulas consagradas de nossa Convenção Coletiva para baratear os custos de produção e elevar suas margens de lucro. Os patrões só não conseguem porque nosso sindicato é forte, firme na mesa de negociação, com uma categoria aguerrida, que constrói o respaldo necessário nas mobilizações da campanha salarial.

Aliás, este é o grande patrimônio de nossa categoria. Não adiantou os patrões de algumas fábricas baixarem o nível nas portas de fábrica. Os trabalhadores e trabalhadoras mantiveram a altivez, a dignidade e a esmagadora maioria não se intimidou e participou das mobilizações nas fábricas.

A Campanha Salarial é apenas uma etapa de um processo permanente de luta na busca por melhores condições de vida e de trabalho. Portanto, precisamos continuar mobilizados, pois ainda há muitas batalhas pela frente. Entre elas a redução da jornada de trabalho, sem redução salarial; a convenção 158 da OIT, que impede as demissões imotivadas; o fim do perverso fator previdenciário; e o combate ao projeto que libera a terceirização para as atividades-fim. A luta continua!


Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre

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