Assembleias Simultâneas Incendiam Campanha Salarial Dos Metalúrgicos De Canoas

Geraldo Muzykant
Assembleias Simultâneas Incendiam Campanha Salarial Dos Metalúrgicos De Canoas
O Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas realizou na manhã de hoje assembléias simultâneas, com paralisações de duas horas, nos portões de três grandes empresas da categoria: Maxiforja, Madef e Ziemann-Liess. Os trabalhadores da Madef deslocaram-se até a Ziemann-Liess, realizando uma assembleia conjunta com os companheiros da empresa vizinha. Ao todo, cerca de 700 trabalhadores da produção cruzaram os braços a partir do horário de entrada.

A mobilização teve por objetivo pressionar a classe patronal a apresentar um percentual de reajuste maior. A categoria quer 10% de reajuste nos salários e 14% nos pisos, mas os patrões oferecem apenas 7% e 10%, respectivamente.

“Nossa data-base é 1º de maio, já estamos na segunda quinzena de junho e os 7% oferecidos pelos patrões mal recuperam as perdas inflacionárias do ano. Na época da crise, quem pagou o pato com as demissões, redução salarial, suspensão de contratos e cancelamento de acordos de PLR, por exemplo, foi a classe trabalhadora. Agora que a conjuntura se inverteu, que não existe crise e as empresas estão ‘bombando’, a classe trabalhadora quer ser beneficiada com um reajuste digno, que não apenas reponha a inflação”, argumentou Flávio José Fontana de Souza, o Flavião, presidente em exercício do Sindicato dos Metalúrgicos de Canoas e Nova Santa Rita e vice-presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS.

Segundo Flavião, as empresas estão faturando como nunca e estão projetando um crescimento superior a 10% na produção e no faturamento. O DIEESE, com base em dados divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, mostra um crescimento extraordinário da produtividade e uma queda significativa do rendimento médio dos trabalhadores. Além disso, o piso dos metalúrgicos já está quase empatando com o piso regional. “Queremos negociar um reajuste decente, que melhore o poder aquisitivo da categoria e diminua o achatamento salarial dos últimos anos, imposto pela alta rotatividade de pessoal nas fábricas”, completou.

MOBILIZAÇÕES E ASSEMBLEIA

Na base de Canoas e Nova Santa Rita, o sindicato pretende dar continuidade às mobilizações durante a semana, distribuindo boletins, realizando assembleias nos portões das fábricas, atrasando ou não a produção, enfim, preparando a categoria para mobilizações cada vez mais fortes.

Na próxima quinta-feira, a partir das 18h30min, o sindicato vai realizar uma assembléia geral em sua sede para avaliar a proposta patronal apresentada na mesa de negociações. Caso seja rejeitada, os dirigentes sindicais não descartam a possibilidade de iniciar paralisações – simultâneas ou não – nas principais empresas metalúrgicas em Canoas e Nova Santa Rita.






Fonte: Geraldo Muzykant / Sindicato de Canoas

Pesquisar

FTMRS