No dia em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva conclamou os empresários a serem mais agressivos em seus negócios, dados do setor automotivo apontam para uma retomada do mercado de veículos no Brasil.

Pouco mais de seis meses após o agravamento da crise financeira mundial, funcionários de montadoras já fazem horas extras para atender à demanda por automóveis, aquecida pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Em pelo menos duas fábricas, o ritmo de produção já é igual ao do período pré-crise.

Em março, o setor automotivo registrou o melhor resultado de vendas para o mês. Foram 271.494 veículos vendidos (incluindo automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus), 17% a mais que em igual período de 2008. O primeiro trimestre também foi o melhor da história para a indústria, com o emplacamento de 668.314 veículos.

Na fábrica da Volkswagen em Taubaté (SP), de onde saem os modelos Gol e Voyage, a produção já retomou o ritmo do período anterior à crise – cerca de 1.050 carros por dia.

Situação semelhante vive a fábrica da GM em Gravataí, onde são produzidos os modelos Celta e Prisma. Segundo o presidente do sindicato dos metalúrgicos local, Valcir Ascari, os cerca de 4,5 mil empregados estão fazendo 22 minutos de hora extra por dia, além de trabalharem dois sábados por mês, jornada igual ao do período pré-crise. A produção na unidade, disse Ascari, também voltou aos níveis de setembro, com cerca de 880 carros por dia.

– Temos a informação de que já tem até fila de espera para comprar Celta e Prisma – afirmou Ascari.

Fonte: ZH