A partir de amanhã, dia 27, outras empresas devem aderir ao movimento

Os metalúrgicos de Canoas estão em greve a partir desta manhã (26 ), após rejeitarem mais uma vez a proposta patronal de reajuste salarial (7,4% de reajuste (INPC entre maio/07 e abril/08 + 1,4% de aumento real). O movimento começou pelas empresas AGCO e MWM International e deve se estender para as demais empresas da cidade e abrangência entre hoje e amanhã. A proposta dos metalúrgicos prevê 12% de reajuste salarial, referente à composição do INPC do período, mais o índice de crescimento da indústria gaúcha em 2007 (superior a 6%). No entanto, a comissão de negociação de Canoas reduziu o pedido de 12% para 10,29% (INPC + o índice oferecido pelos próprios patrões para o piso da categoria).
Segundo o presidente da Federação dos Metalúrgicos do RS, Milton Viário a decisão pela greve demonstra o alto nível de consciência dos trabalhadores, “que lutam pelos seus direitos a melhores salários, piso de R$ 664,00 (igual a 1.6 do salário mínimo), mais saúde, mais democracia nos seus locais de trabalho, modificações no ritmo de trabalho, redução da jornada de trabalho, entre outros fatores de caráter nacional”.
A Campanha Salarial 2008 também luta por uma data base única, discutida em nível nacional. Ao mesmo tempo, os metalúrgicos estão engajados na disputa pela extinção do Fator Previdenciário (reduz o valor final da aposentadoria), que já foi aprovado no Senado e agora depende de mobilização ampla para obter aprovação definitiva.
Também está na pauta a ratificação da convenção 158 da OIT, que determina o fim da demissão imotivada, que não garante a estabilidade no emprego, mas certamente inibe as dispensas não justificadas ou sob falsas alegações. A ratificação da 158 está tramitando no Congresso Nacional, encaminhada pelo governo federal no início deste ano, após pressão sofrida em 2007 com a Marcha de Brasília, onde trabalhadores de todos os cantos colocaram na pauta as convenções 158 e 151 (direcionada para os servidores públicos).

Outras

As mobilizações prosseguem por todo o Estado, e em Porto Alegre os trabalhadores fizeram paradas entre as 5 e às 8h desta manhã, na empresa DHB. Enquanto as negociações não avançarem, o movimento se mantém, podendo seguir a decisão de Canoas e decretar a greve. Caxias do Sul e Panambi mantém a pressão, mas já conquistaram a reabertura de negociação.

Fonte: Inara Claro