RSS
YouTube
Facebook
Twitter
NOTÍCIAS

12.02.09   |   Crise Financeira Internacional

Crise Internacional Chega Ao Bolso Da Classe C

A crise que interrompeu o ciclo de crescimento da economia global no final do ano passado bateu à porta da família Reis, de Cachoeirinha, em janeiro deste ano, com a demissão de Ana Paula, 27 anos, esposa do gerente de loja Dino Reis, 31 anos.

Seguindo o exemplo de empresas e países que tiveram de rever planos depois da turbulência financeira, o casal adiou projetos. A mudança para a Capital e a troca do Fiesta ano 2005 por outro carro mais novo ficaram para depois, a fim de adequar o orçamento à queda de 40% na renda de família, agora cerca de R$ 3 mil.

Foi uma reviravolta para quem havia migrado da classe D para a C, em 2006, quando Ana foi promovida a gerente de uma loja de vestuário.

— Vamos ter de postergar alguns sonhos. O objetivo é pegar o dinheiro que a Ana vai receber da rescisão e investir mais na qualificação profissional dela — afirma Dino.

O revés na vida da família Reis confirma a tendência apontada pela pesquisa Crônica de uma Crise Anunciada: Choques Externos e a Nova Classe Média, divulgada ontem pelo Centro de Políticas Sociais (CPS) da Fundação Getulio Vargas (FGV).

O levantamento, que analisou reflexos da turbulência internacional sobre o bolso dos brasileiros, indica que os primeiros impactos negativos apareceram ainda no final de 2008. A renda média per capita dos brasileiros entre 15 e 60 anos caiu 0,62% desde o agravamento da crise, em setembro, até dezembro.

O coordenador do CPS, Marcelo Neri, afirma que ainda é cedo para determinar se a leve retração na renda no final do ano pode se transformar num recuo mais expressivo em 2009.

— A crise ainda não chegou com força ao Brasil — argumenta

A expectativa, segundo o coordenador, é de que a economia nacional reproduza ao longo do ano o desempenho do final de 2008, com o Brasil apresentando uma pequena retração, menor do que nas demais economias.

O estudo ainda mostra que, mesmo com os sinais da crise, a classe média manteve o crescimento acelerado pela expansão da economia brasileira nos últimos anos e já representa 53,8% da população. Segundo Neri, a expansão da classe C é sustentada pelo mercado interno, alimentado pelo consumo da própria classe média, programas de distribuição de renda e pelo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ou seja, trata-se de um grupo da população menos suscetível aos problemas dos outros países.

Outro fator que ajuda a engordar a classe C é o fato de a crise atingir com mais força as pessoas com maior renda. O conjunto das classes AB encolheu 0,65 entre setembro e dezembro. No mesmo período, a classe C aumentou 1,24%. Neri explica que as faixas superiores sofrem mais porque têm rendimentos mais vinculados a economia internacional e ao setor financeiro.

— São os principais canais de transmissão da crise — acrescenta.



Fonte: Zero Hora

Sindicatos filiados
Boletim informativo. Cadastre-se!
Redes sociais e Feed
RSS
YouTube
Facebook
Twitter
Abrir
Rua Voluntários da Pátria, 595, 10° andar, sala 1007, Centro - Porto Alegre - RS
Fone/whats: 51 99716 3902
ftmrs@ftmrs.org.br
Horário: 8h30 às 12h e das 13h às 17h30    

Mapa de localização
© Copyright 2024 Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos RS     |     Desenvolvido por Desize