Empresário havia declarado que quarentena por conta do coronavírus não poderia “prejudicar a economia”, por conta de 5 mil ou 7 mil mortes

A rede de restaurantes Madero demitiu 600 funcionários nesta quarta-feira (1º). A medida foi tomada dias após o empresário Junior Durski, dono do Madero, afirmar que seus empregados não seriam demitidos durante a crise causada pelo coronavírus.

No mês passado, Durski criticou a quarentena adotada pelos governos estaduais. Segundo ele, a “economia não poderia ser paralisada por conta de 5 mil ou 7 mil mortes”, resultados da covid-19.

“As consequências que vamos ter economicamente no futuro vão ser muito maiores do que as pessoas que vão morrer agora com o coronavírus”, defendeu o empresário, que declarou apoio às manifestações favoráveis ao presidente Jair Bolsonaro.

Ao jornal O Estado de S. Paulo, Durski afirmou que a maioria dos demitidos era de recém contratados, que estavam em período de treinamento. Ele ainda justificou que todos os funcionários eram de equipes dos projetos de expansão da empresa, plano que foi abortado com a crise.

A deputada federal Talíria Petrone (Psol-RJ) criticou a medida da rede de restaurantes e lembrou do alto faturamento da empresa. “A Rede Madero de sanduíches gourmet, cujo dono, apoiador de Bolsonaro, desdenhou da possível morte de milhares de pessoas, demitiu mais de 600 trabalhadores, mesmo tendo lucro de cerca de R$ 300 milhões em 2019. Os hambúrgueres Madero têm sabor de carne e sangue de trabalhador”, declarou em sua conta no Twitter.

Fonte: Rede Brasil Atual