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28.01.20   |   Geral

Desemprego para quem tem ensino superior quase dobra entre 2014 e 2019 no RS

Divulgação

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O número de desempregados com ensino superior completo quase dobrou em cinco anos no Rio Grande do Sul. No terceiro trimestre de 2019, no governo Bolsonaro, alcançou a marca de 44 mil trabalhadores e trabalhadoras. Em igual período de 2014, no governo Dilma, eram 23 mil. Portanto, houve alta de 91,3% no período comparado, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na segunda-feira (27) em reportagem de Zero Hora.

O crescimento dos desocupados com graduação concluída, em termos percentuais, foi superior à média geral (veja gráficos abaixo). No mesmo intervalo de cinco anos, o número de desempregados gaúchos subiu 78,8%, de 302 mil para 540 mil.

As dificuldades encontradas por quem estudou por mais tempo, segundo especialistas ouvidos pela reportagem, refletem a combinação de pelo menos dois fatores. Por um lado, a crise econômica reduziu as vagas disponíveis. Ao mesmo tempo, a quantidade de gaúchos com ensino superior completo subiu 31% entre o terceiro trimestre de 2014 e igual intervalo de 2019 – de 1,057 milhão para 1,385 milhão. Com ofertas reduzidas e mais mão de obra em busca de ocupação, criou-se um gargalo na disputa por oportunidades.

A elevação no número de desempregados com ensino superior não é exclusividade gaúcha. No país, o grupo mais do que dobrou entre o terceiro trimestre de 2014 e igual intervalo de 2019. Foi 535 mil para 1,205 milhão de pessoas – alta de 125,2%.

Ampliação de universidades e institutos federais nos governos Lula e Dilma

"O maior número de trabalhadores e trabalhadoras com ensino superior é fruto da política de ampliação de universidades e institutos federais nos governos Lula e Dilma, que abriu as portas das academias para milhões de brasileiros e brasileiras", afirma o presidente da CUT-RS, Amarildo Cenci.

Para o IBGE, um trabalhador é considerado desempregado quando procura, mas não encontra ocupação formal ou informal. Se exerce os populares bicos, deixa de integrar a parcela dos desocupados. No terceiro trimestre de 2019, o Estado tinha cerca de 1,9 milhão de trabalhadores informais. Ao divulgar esse tipo de dado, o IBGE não costuma dividir o grupo de acordo com o nível de escolaridade dos membros.

Para Amarildo, a estagnação da economia após o golpe de 2016 travou novas oportunidades. "O que tem é a continuidade do desemprego e o crescimento da informalidade e da precarização, como o trabalho intermitente (a legalização do “bico”) e a uberização do trabalho, travestida de 'empreendedor", ressalta.

Geração de empregos depende de crescimento econômico

O economista Ely José de Mattos, professor da Escola de Negócios da PUCRS, apontou que "o país está construindo reação baseada, no primeiro momento, na informalidade e em empregos de qualificação menor. A produtividade mais baixa traz consequências como aumento da desigualdade social. Quando as coisas começarem a andar com mais velocidade, teremos de ver qual será a perspectiva para contratação de pessoas com graduação".

Mesmo com o cenário de dificuldades, Ely pondera que os profissionais com diploma de curso superior costumam encontrar condições mais favoráveis no mercado de trabalho. O economista lembra que a renda do grupo é mais elevada do que a de outras camadas da população. No terceiro trimestre de 2019, o rendimento mensal da parcela que concluiu o ensino superior alcançou R$ 5.275 no Estado. A quantia foi 105,3% superior à média geral de salários à época (R$ 2.570), indica o IBGE.

Especialistas frisam que, após períodos de recessão, o mercado de trabalho é um dos últimos indicadores a reagir. Para que a abertura de vagas ganhe fôlego, é preciso que a economia tenha retomada mais consistente.

Para Amarildo, “a economia só vai reagir quando houver investimentos públicos dos governos em políticas de crescimento e desenvolvimento. Caso contrário, o RS e o Brasil continuarão patinando com longas filas de desempregados e empregos precários”.

Fonte: CUT-RS com ZH

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