A Federação dos Metalúrgicos do RS, buscou novas informações sobre o setor, recorreu às estatísticas, consultou seus sindicatos filiados e, ao final de uma tarde de trabalho na última sexta-feira, 6, chegou a um novo número de perdas de vagas no setor como conseqüência da crise econômica internacional.

De outubro do ano passado até janeiro, estimam os sindicalistas, já foram perdidos 7.023 empregos. O cálculo leva em conta as 3.313 demissões ocorridas no período e o fechamento de outras 3.603 vagas que, seguindo tendência de crescimento do ano anterior e se não houvesse crise, seriam abertas.

As projeções estão baseadas na comparação entre os números de 2007, quando foram criados 22.070 novos empregos no setor, e de 2008, que baixou para 12.927. De acordo com a Federação, não fosse a retração, os números positivos de 2008 deveriam até mesmo ultrapassar os de 2007.

O mês de dezembro de 2008 – mês historicamente característico de demissões – registrou um número de baixas significativo. Segundo pesquisas do DIEESE, dezembro de 2007 registrou um saldo de 1.172 demissões a mais do que admissões e em 2008 este número pulou para 4.775. “A retração no mercado de trabalho também deve ser computada como perda de empregos para a categoria”, defende Milton Viário, presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS. Sendo assim, avalia ele, os números já começam a dar sinais de crise e acende o sinal de alerta entre a categoria.

- Nós estamos fazendo uma série de movimentos com o objetivo de conter mais demissões. Estamos negociando e até abrindo mão temporariamente de alguns direitos. Junto a isso, estamos buscando e cobrando atitudes dos governos e fazendo manifestações para tornarmos pública esta situação”, informa Viário. Para ele, o quadro pode ser revertido, desde que também as empresas façam a sua parte, assumindo sua responsabilidade social.

A Federação, junto com sindicatos locais, está fazendo negociações com seis empresas – quatro acordos já foram fechados – o que vai garantir a manutenção de 7.300 empregos. Esta semana realizam-se duas reuniões importantes de negociação, com o Grupo Gerdau, em Charqueadas, e com a Jonh Deere, em Horizontina. Esta última foi a empresa que mais demitiu no estado, mas está tendo que rever as demissões de 502 metalúrgicos depois de acordo firmado em audiência de conciliação no TRT na última quinta-feira, 5.

Fonte: Dica Sitoni - FTMRS