Os atrasos na pegada fazem parte das mobilizações decididas pela base metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita/RS, em conjunto com a Federação dos Metalúrgicos do RS. Nesta manhã, entre às 5h30min e 8h, cerca de dois mil trabalhadores e trabalhadoras da Agco do Brasil e WMW International Motores atrasaram o ingresso nas duas fábricas. Nem o frio de 5°C (sensação térmica próxima do 0°C em razão do vento, segundo o Instituto de Meteorologia) impediu que os companheiros das duas fábricas coligadas cruzassem os braços para ouvir o relato dos dirigentes sindicais sobre as negociações visando o fechamento de uma nova Convenção Coletiva.
Um impasse gerado a partir da negativa do sindicato patronal de não querer discutir avanços nas cláusulas sociais fez com que as negociações atrasassem não só na base de Canoas e Nova Santa Rita, mas em praticamente todas as bases metalúrgicas do RS, a maioria com data-base em 1° de maio.
Entre as principais reivindicações da categoria estão: reajuste salarial de 12%, piso único de R$ 664,00, mais liberdade de acesso a dirigentes sindicais aos locais de trabalho, um delegado sindical para cada empresa com mais de 30 trabalhadores, mudança da data-base para 1° de setembro, redução da jornada, ratificação da Convenção 158, entre outras.

Negociação na próxima quarta

Durante a mobilização, a direção do sindicato anunciou uma reunião de negociação com o sindicato patronal para a próxima quarta-feira, 4 de junho. O sindicato de Canoas deve acirrar ainda mais as mobilizações, unindo forças com os demais sindicatos filiados à Federação dos Metalúrgicos do RS, caso a proposta patronal de reajuste não atenda os interesses da categoria.


Foto: Apesar do intenso frio, trabalhadores não arredaram pé da mobilização que paralisou cerca de dois mil companheiros e companheiras na manhã de hoje



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Fonte: Geraldo Muzykant Edição: Inara Claro