SÃO PAULO - A agonia das fabricantes de automóveis não parece ter fim. Nesta quinta-feira (29), a tradicional companhia norte-americana Ford divulgou perdas de US$ 5,9 bilhões durante o último trimestre de 2008. Ainda assim, a empresa não pedirá por ajuda estatal.

Com este resultado, os prejuízos acumulados pela empresa no último ano ultrapassam US$ 14 bilhões. Quando o foco é ampliado para os últimos três anos, a situação só piora - quase US$ 30 bilhões em perdas.

Nem mesmo sua presença global foi capaz de reverter os efeitos da forte desaceleração econômica, uma vez que somente suas operações na América do Sul foram lucrativas durante o período, em que seu prejuízo por ação atingiu US$ 2,46.

Esvaziando o caixa

Em todo o mundo, as vendas foram reduzidas em 36%, para US$ 29,2 bilhões - um alento frente às projeções de analistas que indicavam apenas US$ 27 bilhões. A empresa ainda revelou ter sido obrigada a gastar US$ 5,5 bilhões durante o período, o que aumenta a desconfiança do mercado em relação a sua situação de caixa.
"A Ford foi ao mercado de crédito dois anos atrás, quando ele ainda funcionava normalmente, e obteve o financiamento necessário para apoiar a transformação de nossos produtos e reestruturação", afirmou o CEO da companhia, Alan Mulally.

Deste modo, a empresa descarta recorrer a empréstimos junto ao poder público, como fizeram suas concorrentes de Detroit General Motors e Chrysler, que ficaram em posição delicada em função da indisponibilidade de crédito para dar suporte a suas operações.

Fonte: Infomoney