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27.01.09   |   Geral

Carros Poluentes E Gastadores Na Mira De Obama

No início de sua segunda semana como presidente dos EUA, Barack Obama começou a tratar de dois problemas que estavam entre os principais pontos de seu projeto de governo: a dependência energética e as mudanças climáticas. Obama assinou ontem decretos que limitam o consumo de combustível e as emissões de gases do efeito estufa pelos automóveis. E, de quebra, comprou briga com as montadoras.

O primeiro passo foi o de ordenar que a Agência de Proteção Ambiental permita que a Califórnia e outros 13 Estados determinem as próprias metas de redução das emissões de gases do efeito estufa provenientes de automóveis novos – o que foi negado por Bush em uma decisão de 2007. Outros quatro Estados estudam adotar a medida.

– O governo federal deve trabalhar com, e não contra, os Estados para reduzir as emissões de gases estufa – ressaltou Obama.

Nesses Estados, juntos, circulam quase metade da frota de carros dos EUA. Obama afirmou ainda que, com a aprovação do Congresso, vai aumentar os padrões de eficiência do consumo de combustível dos veículos – das atuais 27,5 milhas por galão para 35 milhas por galão, ou 14,9 quilômetros por litro.

– Não seremos mais reféns de regimes hostis (alguns países árabes que exportam petróleo) e de um planeta em aquecimento.

Ele pretende enviar regras ao Departamento de Transportes para complementar os padrões de economia de combustível até março, de maneira que elas possam entrar em vigor para os modelos de 2011.

A administração Bush havia prometido tomar essas medidas antes do final do governo, mas por fim passou a bola para Barack Obama. O democrata afirmou em coletiva que as medidas criarão 450 mil empregos na área energética e que economizarão U$ 2 bilhões aos americanos:

– Isso pode representar uma economia de dois milhões de barris de petróleo por dia, quase todo o petróleo que importamos do Golfo Pérsico – disse Obama, acrescentando que as indústrias terão até 2011 para se adequar ao novo padrão.

O Protocolo de Kyoto, que não foi assinado pelos Estados Unidos, determina uma redução de 5% nas emissões de gases do efeito estufa com base nos níveis de 1990. A intenção de Obama é diminuir as emissões em 80% até 2050. Também ontem, a nova secretária de Estado americana, Hillary Clinton, nomeou Todd Stern como enviado para as mudanças climáticas, o principal representante do país nas conversas sobre um substituto de Kyoto, no fim deste ano.

As medidas

Mudança para as montadoras: O governo imporá restrições para a emissão de gases poluentes para toda a indústria automobilística, que terá dois anos para se adaptar. As regras serão anunciadas em breve.

Limites: Até 2020, toda a frota de automóveis deverá ter motores cujo consumo não supere 14,9 quilômetros por litro.

Leis estaduais: A Casa Branca reverá as regras do governo Bush que impediam que Estados definissem limites mais rígidos de emissão de gases do que as normas federais.


Montadoras estão preocupadas

As montadoras informaram ontem que trabalham juntas com o Barack Obama para reduzir o consumo de combustíveis. Ainda assim, ponderam que determinar padrões rígidos de emissões agora poderia forçá-las a cortar drasticamente a produção de veículos maiores e mais lucrativos em uma época difícil.

O anúncio ocorreu em um momento em que a General Motors e a Chrysler estão pegando empréstimos bilionários para evitar a falência. Logo depois da coletiva de imprensa do presidente, a GM informou que cortaria 2 mil vagas de empregos nas fábricas de Michigan e Ohio devido à diminuição nas vendas.

A medida de Obama assinala uma importante mudança de rumo em relação ao governo anterior, e deve iniciar uma guerra entre dois importantes blocos de eleitores democratas: ambientalistas e funcionários do governo que querem poder para estabelecer regras para a emissão de gases, e fabricantes de automóveis e sindicatos que dizem que tais regras vão intensificar as preocupações da indústria, após o pior ano de vendas de veículos em mais de uma década.

Obama, contudo, ressaltou diversas vezes na coletiva de ontem que as medidas não visam prejudicar a já enfraquecida indústria automobilística, e sim permitir que elas de adaptem às necessidades do futuro e que sejam competitivas.

Ontem, a Aliança de Fabricantes de Automóveis, que representa 11 montadoras, diz que defende regras nacionais para limitação de emissões, e não estaduais.

– Estamos prontos para trabalhar com o governo para desenvolver uma abordagem nacional – destacou o presidente do grupo, Dave McCurdy, em comunicado.



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