Brasília — O grupo de trabalho anticrise do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES) discutiu ontem com o ministro das Relações Institucionais, José Múcio Monteiro, atualmente no comando do CDES, estratégias de combate à recessão mundial. A ideia de flexibilização do horário de trabalho com redução de salário foi consensualmente excluída do debate.
A falta de contrapartida por parte dos empresários que receberam incentivos do governo foi criticada pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Cézar Britto. 'Não se pode investir recursos públicos sem contrapartida social. As empresas não podem receber e demitir', considerou. Na sua opinião, flexibilizar os direitos seria tirar ainda mais de quem tem pouco. 'Para sair da crise, é preciso que os trabalhadores ganhem bem.'
Outra ideia foi de que as reuniões do Comitê de Política Monetária (Copom), atualmente realizadas a cada 45 dias, passem a ocorrer mensalmente. Considerando a diminuição da taxa Selic, pelo Copom, em um ponto percentual, integrantes do Conselho propuseram que o Comitê acelere um novo corte. 'Houve uma demora na redução dos juros', criticou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady. O ex-governador do RS Germano Rigotto defendeu a aceleração do ressarcimento do PIS/Cofins, para aumentar o capital de giro das empresas.

Fonte: CP