Fernanda Guimarães


SÃO PAULO - A montadora General Motors (GM) anunciou, ontem, ao sindicato da categoria que demitirá 797 funcionários em sua planta em São José dos Campos, interior de São Paulo. De acordo com a empresa, 53 dispensas foram de empregados cujos contratos foram encerrados ontem. Os outros 744 terão seus contratos rescindidos antes do prazo, o que implicará multa de 50% do valor do salário.

De acordo com informações do Sindicato dos Metalúrgicos da região, entre os demitidos, estão os 600 trabalhadores contratados no ano passado por meio de contratos por prazo determinado.

Alguns desses contratos venceriam somente em junho, mas a companhia decidiu antecipar as demissões.

"Maior parte dos demitidos foram contratados há seis meses, sendo que ficaram dois meses de férias coletivas", afirmou o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, Adilson dos Santos. Segundo o sindicalista, a entidade promoverá uma assembléia, hoje, na frente da GM. "Além disso, a greve contra a demissão é uma necessidade e é uma ferramenta que pretendemos adotar", afirmou.

Segundo a GM, outras demissões não estão descartadas e dependerão do "comportamento do mercado brasileiro".

O anúncio das demissões ocorre poucos dias depois da empresa anunciar novas férias coletivas para 600 de seus empregados, também na planta de São José dos Campos. Esse foi o quinto anúncio de férias coletivas, desde setembro, feito pela GM em São José dos Campos, onde a empresa possui cerca de 10 mil funcionários.

Menos vagas

Os dez maiores fabricantes de carros do mundo já cortaram 35 mil vagas no setor em todo o mundo. Os primeiros que perderam emprego nesse período foram os trabalhadores temporários, a exemplo do que ocorreu na GM.

A retração da produção do setor automotivo em dezembro - quando houve redução de 47,1% em relação a novembro - também foi sentida diretamente no emprego. Apenas no setor de autoveículos foram extintas quase duas mil vagas durante o mês de dezembro. Somando o setor de máquinas agrícolas, o corte chega a três mil no mês passado, de acordo com dados divulgados na semana passada pela Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). "Essas demissões estão ligadas principalmente à questão da exportação, que já começou a viver uma queda desde o meio do ano", disse o presidente da Schneider.

A General Motors do Brasil comunicou, ontem, ao sindicato dos metalúrgicos que demitirá 797 funcionários temporários em sua unidade em São José dos Campos, no interior do Estado de São Paulo.

Fonte: DCI