Temor sobre economia global pressiona mercados

A preocupação com as perspectivas para a economia global voltou a pesar sobre os mercados nesta segunda-feira. As principais bolsas operam em queda, à espera da divulgação dos balanços financeiros do segundo trimestre e atentas às projeções mais pessimistas apresentadas pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
 
O FMI revisou sua estimativa para a expansão do Produto Interno Bruto (PIB) global de 3,6% para 3,5% neste ano. Para os Estados Unidos, a projeção caiu de 2,1% para 2%. A estimativa para a economia chinesa recuou de 8,2% para 8% este ano, e de 8,8% para 8,5% em 2013. Para o Brasil, a projeção saiu de 3,1% para 2,5% neste ano, e de 4,6% para 4,1% em 2013.
 
A queda das vendas no varejo nos Estados Unidos também azedou o humor. Foi registrada baixa de 0,5% em junho na comparação com maio, a terceira queda mensal consecutiva, contrariando a previsão de aumento de 0,2%. Desde 2008, as vendas não recuavam por três meses seguidos.
 
Diante desse quadro, a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) acompanha o clima externo e acentua a desvalorização. Por volta de 11h40, o Ibovespa caía 0,86%, para 53.863 pontos. O volume financeiro era de R$ 1,537 bilhão. O pregão conta com certa dose de volatilidade, já que é dia de vencimento dos contratos de opções.
 
Entre as ações mais líquidas da bolsa brasileira, Vale PNA cai 0,74%, para R$ 39,03; Petrobras PN recua 0,31%, para R$ 19,49; OGX ON perde 3,09%, para R$ 5,64; e Itaú PN recua 1,51%, para R$ 28,71.
 
Os sinais vindos da China voltam a colocar sob os holofotes a discussão sobre estímulos monetários e abrem espaço para as mais variadas interpretações. Primeiro, pesaram declarações do primeiro-ministro do país, Wen Jiabao, de que a recuperação chinesa ainda não é estável e que a situação pode continuar difícil por mais algum tempo.
 
Depois começaram a surgir comentários dos bancos novamente reforçando a ideia de que esta situação pode levar o país a estimular sua economia. Em nota, o Bank of America Merrill Lynch diz que Jiabao já teria se comprometido a aumentar as medidas para dar suporte ao crescimento.
 
Dólar
 
No mercado cambial, a expectativa de que sejam anunciadas medidas de estímulo para fazer frente à retração econômica global ameniza a tendência de valorização da moeda americana. O mercado alimenta esperanças um dia antes do testemunho do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), Ben Bernanke, no Senado do país.
 
Nesta manhã, o dólar à vista tinha variação positiva de 0,24%, para R$ 2,042 na venda. Na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F), o contrato de dólar para agosto ganhava 0,17%, a R$ 2,047.
 
Juros futuros
 
Os juros futuros registram pouca oscilação em relação a sexta-feira, embora a pesquisa Focus tenha confirmado o aumento do pessimismo com a evolução da atividade. A mediana das projeções para o PIB neste ano rompeu o nível de 2% e recuou para 1,90%.
 
Na BM&F, o contrato de depósito interfinanceiro (DI) para janeiro de 2014 tem taxa de 7,65%, estável ante sexta-feira. O DI janeiro/2013 projetava 7,43%, de 7,45% no pregão anterior. O DI janeiro/2017 recuava de 9,06% para 9,01%.

 


Fonte: Valor

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