Diretores da FTMRS projetam ações para 2013
Os diretores da Federação dos Metalúrgicos de Rio Grande do Sul (FTMRS) estiveram reunidos nos dias 5 e 6 de dezembro, em Porto Alegre, para fazer um balanço das ações sindicais de 2012 e dar início ao planejamento de 2013. Entre os objetivos para o próximo ano estão reforçar os pontos de luta, antecipar a Campanha Salarial e avançar nas cláusulas sociais.
O secretário administrativo da Federação, Flávio José Fontana de Souza, o Flavião, falou da proposta da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM) de unificar pautas em todo o país, incluindo os pontos mais importantes para todos os sindicatos da categoria. “Fizemos uma conferência nacional com presidentes de sindicatos de todo o Brasil sobre as 243 convenções coletivas fechadas da área metalúrgica e discutimos quais os pontos comuns desses acordos. Buscamos o que nos unifica nacionalmente para dar o pontapé inicial na criação de uma pauta única”.
Os grupos de discussão chegaram a cinco pontos principais, e a CNM solicitará a todas as federações e sindicatos que essas reivindicações comuns sejam incorporadas em todas as pautas em 2013. “Os pontos são: ter a garantia de creche para os filhos dos trabalhadores; acesso ao local de trabalho pelos sindicatos e suas assessorias; critérios de demissões; a questão da CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) e comprimento das NRs; e a jornada de trabalho”, explicou Flavião. O dirigente ainda falou da importância de integrar a pauta dos sindicatos de cidades que tenham empresas do mesmo grupo, para que os trabalhadores tenham os mesmos benefícios.
A representante jurídica da Federação dos Metalúrgicos, Dra. Lídia Woida, colocou em pauta a questão da desoneração da folha de pagamento. Ela falou do compromisso do governo com as centrais sindicais – apresentado pelo ministro da Fazenda Guido Mantega – para a melhoria da indústria. Entre os objetivos dessa medida estão a diminuição do custo de mão de obra sem redução de salários e direitos e a diminuição do custo de produção, a fim de tornar a indústria mais competitiva e gerar mais empregos.
Segundo o ministro, os fatores condicionantes para a desoneração das empresas são a não demissão, o aumento da formalização do trabalho, o aumento dos investimentos, o aumento da produção e da produtividade e o aumento das importações. Tudo isso deve ser estudado e levado em conta nas mesas de negociação em 2013.
A economista do Dieese Luana Betti, que fez uma análise de conjuntura do Brasil e do Estado, especificamente em relação à indústria, trouxe mais dados interessantes às negociações da categoria: o aumento do faturamento das empresas, apesar de a produção ter caído, e a projeção de inflação de 5,9% para a próxima data-base.