Reunidos Com Miguel Jorge, Metalúrgicos Querem Limite àS Importações Para Manter Empregos
Na tarde desta terça-feira (27), o presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT, Carlos Grana, ao lado do secretário-geral da CNM/CUT, João Cayres, do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre e outras lideranças sindicais, estiveram em Brasília, para audiência com o Ministro do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge.Durante o encontro, Grana e os sindicalistas solicitaram ao ministro medidas emergenciais que possam reduzir as importações de máquinas e equipamentos, ferramentas e autopeças novas e usadas. "O crescimento das importações destes produtos foi muito grande e isso pode comprometer os empregos no setor", afirmou.
Segundo o presidente da CNM/CUT, o Ministério havia se comprometido em importar apenas equipamentos usados e que não teriam qualquer tipo de similaridade com produtos nacionais. "Na prática, não é isto que vem acontecendo. Por isso estamos aqui exigindo que o governo assuma um compromisso com os trabalhadores brasileiros, favorecendo a indústria nacional".
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Sérgio Nobre, afirmou que, com a crise, os mercados se retraíram e os países ressentidos querem empurrar equipamentos usados para o Brasil. Por isso, durante o encontro, os sindicalistas defenderam o aumento dos impostos de importação, voltando dos atuais 9% para 15%. nestes produtos, como forma de proteger a produção e o emprego dos trabalhadores brasileiros.
Miguel Jorge afirmou que já está trabalhando na questão das tarifas para o setor automotivo, que pode perder até 28 mil vagas caso as medidas não sejam tomadas. Atualmente, o setor emprega 207 mil trabalhadores. Com relação aos equipamentos, ferramentas e máquinas, ele prometeu analisar a questão e deve receber os representantes dos metalúrgicos novamente dentro de duas semanas. Tanto Grana como Nobre estão confiantes de que as medidas devem ser oficializadas.
Caças - Os sindicalistas manifestaram ao ministro o apoio ao Projeto Gripen, da Saab, por entenderem que os aviões supersônicos suecos irão trazer mais benefícios ao País devido à transferência de tecnologia. Após ouvir a argumentação dos trabalhadores, Miguel Jorge disse que também considera o Projeto Gripen a melhor opção, já que traz tecnologia para o Brasil, empregos e avanços nas relações de trabalho. Mas ao mesmo tempo afirmou que não tem muito poder de influência, já que é um assunto mais ligado ao Ministério da Defesa do que à pasta do Desenvolvimento.
Se o caça sueco for escolhido, só a região do ABC terá mais de mil postos de trabalho, e a construção de um Pólo Aeronáutico em São Bernardo, com investimentos iniciais previstos em mais de R$ 300 milhões.
Fonte: Valter Bittencourt - Imprensa CNM/CUT