OIM pede reconhecimento aos benefícios gerados pela migração

No último sábado, dia 18 de dezembro, foi comemorado o Dia Internacional do Migrante, data que tem ajudado, a cada ano, a colocar em evidência o valor e a importância da população que migra em busca de melhores oportunidades de vida. 

Neste ano, o mundo assistiu às tentativas de implantação de leis xenofóbicas, que buscavam criminalizar a população migrante e incentivar a redução do processo de migração. Um claro exemplo foi a Lei SB 1070, surgida no estado do Arizona, nos Estados Unidos. O projeto governamental tentou apertar o cerco contra os e as migrantes justificando que a entrada de estrangeiros aumentava a criminalidade, o narcotráfico e a formação de gangues.

Pior que criação de uma lei anti-migrante foi a repercussão causada. Diversos estados estadunidense compraram a ideia e decidiram criar leis semelhantes. No caso da Flórida, o promotor geral do estado, Bill McCollum, chegou a afirmar que a versão da lei criada neste estado seria "melhor, mais forte e mais dura".


Para a Organização Internacional para a Migração (OIM), pensamentos como estes são retrógrados e baseados apenas em "estereótipos, temores e políticas de curta vigência. Além disso, se caracterizam por políticas migratórias restritivas e um diálogo insuficiente sobre a migração, tanto em escala nacional, como em escala regional e internacional".

Por outro lado, os governos também podem optar por uma visão vanguardista reconhecendo que a migração faz parte da economia mundial e que os e as migrantes são peças essenciais para ajudar os países a recuperarem-se da atual crise econômica mundial.

A opção por este pensamento deve vir unida a adoção de "políticas para satisfazer as crescentes demandas de mão-de-obra, proteger os direitos dos migrantes, promover o diálogo regular entre os países de origem e destino, e colocar em evidência a contribuição econômica e social que os migrantes promovem tanto nos países de origem como de acolhida".


De acordo com o OIM, cada vez mais é preciso abrir os olhos para os benefícios gerados pela migração e tornar público fatos que comprovam tais benefícios. De acordo com a organização, nos Estados Unidos a população nacional se beneficia com uma quantia que gira em torno de US$ 37.000 milhões, resultante unicamente da participação dos migrantes na economia.

Outro dado relevante, oriundo de uma pesquisa publicada este ano pela University College London (UCL), mostra que em 2008 e 2009 os migrantes recém-chegados à Europa Oriental pagaram 37% mais em impostos que as prestações e serviços públicos das quais se beneficiaram.

Para William Lacy Swing, diretor geral da OIM, a questão da migração vai além dos números. "Estas cifras não são simples dados econômicos, também devem considerar o contexto humano. O crescimento econômico equivale ao desenvolvimento humano e social e à segurança. Em muitas partes do mundo as remessas dos migrantes já contribuíram para tirar comunidades da extrema pobreza, colocar alimentos na mesa, conferir às famílias um lar e brindar uma educação. Todas essas coisas significam um futuro melhor para eles e, por consequência, para o resto do mundo".

Swing chamou à cooperação e ao respeito aos direitos dos migrantes mostrando que o desafio é "encontrar soluções humanas e equitativas que reconciliem o desejo dos povos de emigrar com a soberania nacional dos Estados no referente aos movimentos de população".

 


Fonte: Adital

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