John Deere busca maior presença na agricultura familiar
De olho nas oportunidades de negócios que surgem na agricultura familiar, a John Deere ampliou oferta de equipamentos inscritos no programa Mais Alimentos do governo federal. Durante a Expointer, Exposição Internacional de Animais, Máquinas, Implementos e Produtos Agropecuários, em Esteio, RS, a empresa apresentou o modelo 1175, com o qual espera contribuição de 15% em suas vendas de colheitadeiras no próximo ano.
O diretor de vendas para o Brasil, Werner dos Santos, destaca que a iniciativa tem como objetivo oferecer alternativas ao pequeno agricultor, focado na produção para o mercado interno. O executivo recorda que a fabricante nacionalizou dois tratores antes importados da Índia a fim de incluí-los no programa de financiamento do Ministério do Desenvolvimento Agrário - até então tinha apenas um modelo em condições adequadas.
Com o trio de máquinas, Santos acredita que as vendas de tratores para agricultura familiar representarão, em breve, 30% do total da John Deere.
"Este programa é uma oportunidade para a indústria e consolida a agricultura familiar como potencial comprador de equipamentos novos, pois antes se resumia a adquirir veículos usados".
De acordo com o executivo, em torno de 80% das vendas no programa do governo federal são de tratores com até 75 cv. Acrescenta que estes modelos já representam 48% dos volumes da indústria nacional contra os 30% históricos: "O acesso destes novos compradores mudou drasticamente o perfil do segmento".
Outra constatação da John Deere é a de que o nível de inadimplência no programa é menor do que nos contratos convencionais via Finame. Segundo João Pontes, novo diretor de marketing da montadora, o ministério projeta possibilidades mínimas de endividamento dos agricultores familiares.
"A inadimplência deverá ficar restrita àqueles que não conseguirem cumprir com os projetos técnicos estabelecidos nos contratos".
Além da linha destinada à agricultura familiar, a John Deere tem produtos para as grandes empresas do agronegócio, mais voltadas às exportações. Uma das novidades é a oferta de mais um modelo - agora são quatro - de colheitadeira com tecnologia de rotor. Na linha de tratores destaque para o aumento da potência, renovação do design e, como opcional, o piloto automático como item de série.
Segundo Werner Santos, as fábricas de Horizontina e Montenegro, RS, voltaram a operar em seus níveis pré-crise, o que permitiu a readmissão da maioria dos funcionários que perderam o emprego no primeiro trimestre de 2009. Santos não revela os índices de utilização da capacidade instalada, mas assegura que as duas unidades operam, atualmente, de acordo com as expectativas que motivaram os investimentos nos últimos anos.
Fonte: Autodata