Iniciam greves na categoria metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita

 

A Agco, uma das maiores empresas de Canoas, está paralisada desde o final da madrugada desta terça-feira, 26 de julho. É a primeira de várias empresas que os metalúrgicos pretendem parar – decisão da assembleia geral da última quarta-feira, 20 de julho – caso os patrões insistam em sua proposta de parcelar o reajuste.

Enquanto os trabalhadores reivindicam a reposição integral das perdas causadas pela inflação – 9,83%, segundo acumulado do INPC entre maio/2015 e abril/2016 – retroativo a 1º de maio/2016, os patrões oferecem o mesmo índice, porém parcelado em três vezes: 3% retroativo a maio, 1,5% em setembro e o restante para completar os 9,83% em dezembro.

“A categoria foi consultada e rejeitou a proposta patronal, decisão referendada na assembleia. Este é o motivo pelo qual estamos aqui realizando esta mobilização”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos Paulo Chitolina em frente à fábrica.

Na ocasião, Chitolina comunicou que, diante da decisão da assembleia, o sindicato patronal (Simecan) resolveu ajuizar o dissídio no TRT e este órgão do Judiciário marcou na sexta-feira passada audiência de conciliação para hoje à tarde. “Esta mobilização é fundamental para mostrar na audiência que a categoria não está satisfeita com o parcelamento. Vamos reforçar a proposta dos metalúrgicos e, se não haver conciliação, paralisar outras fábricas”. Por fim, o presidente saudou a adesão dos trabalhadores e trabalhadoras das áreas administrativas, que também são prejudicados pela proposta patronal, lembrando que são os patrões e não o sindicato que impõem o reajuste integral até um determinado teto salarial.

O vice-presidente do sindicato, Silvio Bica, incentivou os trabalhadores e trabalhadoras a ir para casa, já que a greve estava consagrada. Já o secretário-geral, Flávio de Souza, ressaltou o empenho do sindicato em atender a vontade dos trabalhadores das fábricas. “Nossa direção nunca virou as costas para a categoria. Fomos eleitos para lutar por todos e é isto que estamos fazendo aqui”. Flavião encerrou lembrando que em outras bases metalúrgicas os patrões estão querendo impor um arrocho salarial ainda maior, oferecendo 5,93% e a retirada de direitos, como é caso da mesa de negociação da Federação e de sindicatos importantes, como o de Porto Alegre e Cachoeirinha.

 


Fonte: Geraldo Muzykant / STIMMMEC

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