Metalúrgicos de São Leopoldo e Região aprovam reajuste de 9,49%

Metalúrgicos de São Leopoldo e Região aprovam reajuste de 9,49%

 

Os metalúrgicos e metalúrgicas de São Leopoldo e Região aprovam por unanimidade reajuste de 9,49% durante assembleia realizada na noite de quinta-feira (22), na sede da entidade. Esse percentual será dividido em duas parcelas, 4% será pago na folha de outubro e retroativo a julho. Em dezembro, os trabalhadores receberão os 5,49% restantes.

O índice corresponde percentual do Índice Nacional de Preço ao Consumidor (INPC) acumulado do período também se estende ao piso da categoria. Com isso, o valor fica em R$ 5,35 por hora, em outubro e R$ 5,63 em dezembro. Já o valor do piso por hora passa a ser R$1.177,00 e depois R$1.238,60. O salário de aprendiz terá um valor por hora de R$ 4,06% e em dezembro de 2016, passa a R$ 4,27%.

Coordenando a assembleia, o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Leopoldo e Região, Valmir Lodi recordou a mobilização da campanha salarial e enfatizou que a participação dos trabalhadores engrandeceu a luta e foi determinante no enfrentamento à patronal. “O que prometemos na porta da fábrica estamos cumprindo aqui. Ninguém retirou nossos direitos”, afirmou ele destacando a resistência por parte dos patrões.

“A proposta inicial deles era não pagar o índice pedido e só abono (que não incide nas férias e 13º salário, por exemplo”, explicou Valmir. A patronal também queria implantar o banco de horas individual, acabar com o quinquênio e limitar o reajuste aos trabalhadores que tenham um salário de até R$ 2.500,00.

“A proposta pode não ser o que mais desejávamos, mas é uma conquista não haver alteração em nenhuma cláusula da nossa Convenção Coletiva de Trabalho (CCT)”, garantiu ele.

Negociação
Os integrantes da mesa de negociação relataram como foram as reuniões e a importância da unidade e força das manifestações. “Essa proposta que trouxemos para vocês foi apresentada ontem pela patronal e foi construída por causa da nossa luta”, disse o tesoureiro do Sindicato, Gerson Mattos.

Ailson Nascimento ponderou que esta pode não ser “a proposta ideal, mas estamos fechando a convenção sem nenhuma perda de direitos.”

Já o diretor Ademir Maia Couto recordou a crise que o país atravessa e o momento de resistência da classe trabalhadora. “Lá no Congresso Federal, eles estão atacando a CLT e aqui na nossa base, a ofensiva foi contra a Convenção Coletiva”, declarou.

“Precisamos olhar também para a realidade de outras bases no Rio Grande do Sul”, refletiu o secretário de Saúde do STIMMMESL, Valdemir Pereira expondo como foram as campanhas salariais e os acordos fechados em outras bases. “Teve sindicatos que realizaram greve e ainda assim tiveram que brigar na justiça.”

Trabalhador da Gerdau, Anderson Macedo Gauer, relatou a situação dos metalúrgicos da empresa que ficaram dois anos sem reajuste, pois a Gerdau não cumpriu a CCT e queria dar abono. “Imagina se perdemos o quinquênio?”, questionou ele.

Luta da classe trabalhadora
O diretor da CUT-RS, Jorge Correa, parabenizou a todos os participantes e chamou atenção para a luta do sindicato na defesa dos direitos da classe trabalhadora. “Diversos dirigentes estavam desde às 4h da manhã desta quinta se manifestando em frente as garagens de ônibus em Porto Alegre, na defesa dos nossos direitos e pelo Fora Temer, num dia nacional de luta”, relatou ele

Já o secretário de Política Sindical da CNM/CUT, Loricardo de Oliveira, informou como foram o acordos fechados em alguns estados do país. “Se fosse pelos patrões não teríamos nem inflação. Categorias como os bancários estão em greve há 20 dias e a campanha está bem complicada”, contou.

Loricardo também convocou o Dia Nacional de Paralisação dos Metalúrgicos, que será realizado em 29 de setembro em defesa dos direitos dos trabalhadores e contra as reformas articuladas pelo governo golpista de Temer, empresários e seus aliados no Congresso Nacional.

Desconto assistencial
Também foi aprovado o Desconto Assistencial de 6% parcelado em duas vezes, nos meses de outubro e dezembro. O Desconto é sobre o salário base da categoria e é através dele que os trabalhadores contribuem com as lutas do sindicato em prol da categoria e da classe trabalhadora como um todo.

Fonte: STIMMMESL

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