BM interrompe novamente assembleia da Campanha Salarial em metalúrgica de Canoas
Desde que foi deliberada a greve na categoria metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita, o Sindicato tem enfrentado a pressão da Brigada Militar para conseguir realizar as mobilizações, que até o momento já ocorreram em dez fábricas. Na manhã desta quinta-feira, 11, em frente à Metal Molas, o serviço de segurança pública novamente foi acionado, interrompendo a assembleia que estava sendo realizada com o consenso dos trabalhadores e obrigando os mesmos a entrar na fábrica.
A presença frequente de dirigentes sindicais na porta das empresas se deve ao engessamento das negociações junto ao Simecan, sindicato patronal, que propôs reajustar os salários com o INPC parcelado em três vezes. A proposta foi rejeitada em uma Assembleia Geral realizada no dia 20 de julho, mesma data em que foi decretada a greve. As negociações foram encaminhadas pelos empresários ao Tribunal Regional do Trabalho e na primeira audiência de conciliação, realizada no dia 26 de julho, não houve acordo.
Trabalhadores e trabalhadoras de grandes empresas da base cruzaram os braços e aderiram ao dia de paralisação, mesmo com a presença constante da polícia. Porém, como lembra o presidente do Sindicato Paulo Chitolina, “a intensificação do movimento mostrou a insatisfação da categoria com a proposta e incomodou os patrões, que visivelmente estão alinhados com o serviço público de segurança e utilizando-os de maneira imprópria”. Já o vice-presidente Silvio Bica ressalta que “é um absurdo ver a BM interromper a conversa do Sindicato com os trabalhadores e colocá-los para dentro da fábrica, a pedido do patrão”.
Na ação em frente à empresa também foi solicitado pela BM que os registros feitos durante a abordagem fossem apagados das câmeras, tanto de funcionários da empresa, quanto dos responsáveis pela comunicação da entidade sindical.
Fonte: STIMMMEC