Hora para decidir o que é melhor para o RS e Brasil
Propaganda eleitoral, debates, pesquisas e todo o tipo de informação sobre as eleições 2010 estão à disposição do eleitor para decidir o que é melhor para o Rio Grande do Sul e para o Brasil. A medida que se aproximam os dias 03 e 31 de outubro (primeiro e segundo turno, respectivamente), é intensificado o aprofundamento das propostas, e, sobretudo, sobe também a temperatura dos ataques entre os candidatos, por todos os lados. O termômetro no levantamento das intenções de voto divulgadas pelos Institutos também dão o tom da disputa.
Mas o que está em jogo agora na disputa eleitoral são as duas correntes que disputam o modelo de governo a ser representado nos próximos 4 anos. E para isso, discernir propostas sérias de promessas vazias é fundamental.
Fique atento! A fulanização e a cultura do espetáculo e da fofoca que caracterizam boa parte da cobertura política na imprensa brasileira ocultam um fato que teima em ficar aparecendo: há algo chamado programa ou agenda política envolvido em uma campanha eleitoral. No caso da eleição presidencial brasileira, há, em linhas gerais, dois projetos em disputa: o do atual governo de esquerda planificado pelo PT e o projeto neoliberal da oposição capitaneada pelo PSDB que representa o retorno ao projeto implementado durante os dois governos FHC.
Abstraindo-se esse ano ingredientes que ponderaram na decisão do eleitor, como o componente ilusório (Collor), sem mágicas do Plano Real, (FHC), ou personificado no carisma (Lula), a identificação da candidatura fica quase que em segundo plano. A eleição de 2010 fica por conta da confrontação entre modelos de governar (do PSDB e do PT). Ou seja, não em torno de nomes ou candidatos, mas do que cada "lado" representa.
O reflexo deste cenário pode ser observado nas eleições proporcionais. Das promessas e apelos na busca do voto, os candidatos perfilam-se em coligações, campanhas e estratégias em que as siglas confundem-se, ora pela esfera nacional, ora, estadual.
O secretário-geral da CUT Nacional, Quintino Marques Severo, reforça que o modelo comandado pelo governo Lula faz o diferencial e a larga vantagem nas pesquisas pró-Dilma. "A oposição despreza o que está dando certo, não fala nos avanços sociais, na saúde, educação, emprego, desenvolvimento. Prefere adotar outro discurso, já em desuso", avalia.
Já na opinião do colunista Marco Aurélio Weissheimer, o desempenho presente do atual governo e as comparações com os números daquele período são amplamente desfavoráveis ao candidato Serra, razão pela qual ele procura fugir dessa recordação. Mas, ao fazer isso, o tucano e seus aliados ficam sem referência programática visível. Essa ausência ajuda a explicar um pouco ao falta de identidade que marcam a campanha serrista. "Essa é uma das causas políticas reais das incríveis dificuldades políticas da candidatura tucana. Falta espaço de debate político, e sobra truculência. Tambem há falta de propostas e foco permanente na tentativa de desqualificar a candidatura adversária", analisa.
Fonte: Rodrigo Vizzotto