Fórum de São Paulo ressalta os avanços da democracia na América Latina
As sessões plenárias do 16º Encontro do Foro de São Paulo (FSP) começam, nesta quinta-feira (19), no teatro Tango Porteño, desta capital, em simultâneo com uma reunião do Grupo de Trabalho para aprovar a Declaração Final. Um documento que fixa a necessidade de ampliar a unidade dos partidos progressistas, populares e de esquerda; aprofundar as mudanças; derrotar a contraofensiva da direita e consolidar a integração regional, servirá como base para os debates.
Segundo o programa, serão quatro dias de trabalho que culminarão na sexta-feira na tarde com a aprovação da que alguns têm dado em chamar Declaração de Buenos Aires, a qual traçará linhas de ação até o próximo em Manágua 2011.
Bloqueio a CubaO 16º Encontro do FSP ficou oficialmente instalado ontem à noite em uma cerimônia que escutou um reclamo reiterado pelo cessar do bloqueio econômico, financeiro e comercial dos Estados Unidos contra Cuba.
Uma mensagem de boas-vindas aos participantes subscrito por todos os partidos políticos argentinos envolvidos na organização do conclave foi o primeiro em abordar o tema do cerco norte-americano, que se estende já por quase 50 anos.
O texto demanda pôr fim ao prolongado bloqueio e exige ademais pôr em liberdade a cinco lutadores antiterroristas cubanos injustamente encerrados em cárceres estadunidenses desde 1998.
União
E destaca por outra parte o processo crescente de união e integração latino-americana e caribenha e o papel desempenhado por organizações como a Alternativa Bolivariana para os Povos de Nossa América (Alba), a União de Nações Sul-americanas (Unasul) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul).
Também repudia o golpe de Estado perpetrado em junho do passado ano contra o presidente constitucional de Honduras, Manuel Zelaya, e recusa os resultados das ilegítimas eleições realizadas nesse país centro-americano.
Presente à cerimônia de abertura do 16º Encontro do FSP, Zelaya retomou em sua intervenção o tema do bloqueio norte-americano contra Cuba e demandou "que termine a ação imperialista mais cruel no continente americano".
O deposto mandatário defendeu também pela retirada de todas as bases militares estrangeiras da região; felicitou o restabelecimento das relações diplomáticas entre Venezuela e Colômbia, e pediu que se restabeleça a democracia em Honduras.
Na cerimônia de inauguração interveio, em nome dos convidados de outras áreas geográficas, o representante do Partido Comunista Chinês, Tien Yung, que manifestou a disposição de intensificar o intercâmbio e a colaboração.
Também foi rendida homenagem de recordação à lutadora independentista porto-riquenha Lolita Lebrón; ao ex-secretário geral do Partido Comunista de Chile, Luis Corvalán, e ao general (R) Alberto Muller Rojas, fundador do Partido Socialista Unido de Venezuela.
Lula no encontroO secretário-geral do Partido dos Trabalhadores, José Eduardo Martins Cardozo, participou de um a ato político na abertura do 16º Encontro do Foro de São Paulo, em Buenos Aires. Cardozo fez a leitura de carta enviada pelo presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, aos participantes do evento.
Na carta Lula conta como, há 20 anos, 42 partidos e movimentos progressistas se reuniram para um encontro "sem precedentes na história do continente", que viria a ser o embrião do Foro de São Paulo.
"As transformações pelas quais passaram a América Latina e o Caribe nestas duas décadas têm muito a ver com os debates que realizamos", afirma.
A carta também afirma que alguns classificam o Foro como uma organização autoritária, mas que este é "o velho discurso de uma direita que foi apeada do poder pela vontade popular e que não se conforma com a democracia de que se diz falsamente partidária".
Fonte: Prensa Latina