Estoques da indústria ficam acima do esperado pela primeira vez no ano

Pela primeira vez no ano, os estoques da indústria ficaram acima do nível planejado, atingindo 51,3 pontos em julho passado. De acordo com a Sondagem Industrial, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta terça-feira, 24 de agosto, desde janeiro o indicador ficava abaixo de 50 pontos, indicando que os estoques estavam abaixo do esperado. Os dados da Sondagem Industrial variam de zero a cem. Valores acima de 50 pontos indicam evolução ou expectativa positiva.

O economista da CNI Marcelo Azevedo destaca que o acúmulo de estoque registrado em julho se deve ao aumento da produção acima do ritmo da demanda. O indicador de evolução da produção registrou 53,4 pontos em julho, contra 51,8 pontos no mês anterior. "Ocorreu um ajuste. Se esse acúmulo de estoque se repetir mais vezes, é preocupante. Nesse momento vemos apenas como algo transitório. O ideal é que esse indicador fique em 50 pontos, nível que mostra adequação à demanda", diz Azevedo.

O economista da CNI informa ainda que o crescimento registrado em julho foi abaixo do usual para o mês. Isso ficou constatado no indicador de utilização da capacidade, que registrou 49,1 pontos. "Tanto o crescimento da produção quanto o acúmulo dos estoques e a baixa utilização da capacidade instalada mostram que o movimento de acomodação na atividade industrial está sendo bem maior do que os empresários esperavam", diz Azevedo.

A Sondagem Industrial revela ainda que os empresários continuam otimistas sobre a atividade do setor nos próximos seis meses.. A expectativa em relação à demanda, mensurada em agosto, ficou em 63,1 pontos. Segundo o levantamento, os empresários também pretendem aumentar as compras de matérias-primas. Esse indicador registrou 60,7 pontos.

Já as expectativas sobre as exportações nos próximos seis meses recuou de 52,2 pontos em julho para 51,8 pontos em agosto, ficando mais próximas dos 50 pontos. "O mercado externo está abaixo do período pré-crise e o câmbio ainda continua desfavorável às exportações", justifica Azevedo.

A Sondagem Industrial foi feita entre 2 e 18 de agosto com 1.472 empresas, das quais 817 são pequenas, 449 médias e 206, grandes.

 


Fonte: InfoMet

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