Em Maio, Setor Metalúrgico Retoma Melhor Marca Dos últimos 20 Anos, Revela Estudo
Ainda neste mês de maio a indústria metalúrgica deve retomar o pico do nível de emprego de 2008 e alcançar a melhor marca dos últimos 20 anos. Falta apenas a criação de 12 mil postos de trabalho para que se chegue aos 2,162 milhões de vagas registrados em outubro de 2008.Os dados elaborados pelo Departamento Intersindical de Estudos Socioeconômicos (Dieese) mostram que o setor metalúrgico passou por uma importante expansão na última década, registrando crescimento entre 8,7% (metalurgia básica, um dos setores que mais sofreu com a crise, com forte impacto no setor siderúrgico) e 145,7% (máquinas para escritório equipamentos de informática). Tudo isso depois de amargar um retrocesso na década de 1990. O número de postos de trabalho saltou de 1,276 milhão em 2000 para 2,15 milhões em abril de 2010.
Segundo Grana, "o déficit de vagas do setor metalúrgico do Grande ABC, agora em 12 mil, deve estar normalizado até agosto por conta do anúncio de contratações em todas as montadoras".
Grana destacou a importância dos acordos promovidos pela CNM/CUT, que resultaram numa média nacional de 14,21% de aumento real em 2009, além da reposição da inflação. Ele admitiu que a média salarial praticada no Brasil é muito desigual, daí à campanha permanente da CNM "Se o preço é nacional, queremos salário igual". Os dados e a análise feita pelo Dieese estão diponíveis para download no fim desta matéria.
PLR
Uma boa notícia para o Grande ABC é a injeção de R$ 200 milhões na economia local por conta do pagamento da primeira de duas parcelas de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), a ser efetuado no mês de junho. "É mais um incentivo à região, pois aumenta o consumo e consequentemente, a produção. Isso representa geração de emprego no setor de serviços, comércio e até mesmo na indústria", explicou.
JORNADA DE 40 HORAS
Como o crescimento da economia está sendo sustentável em todos os setores, Grana afirma que se intensifica a luta pela votação no Congresso Nacional da redução da jornada de trabalho semanal de 44 horas para 40 horas semanais em todo o País.
ORGANIZAÇÃO SINDICAL
O secretário de Relações Internacionais da CNM/CUT, Valter Sanches, destacou a importância de se intensificar a organização sindical nas fábricas. "Como se pode falar em processo democrático sem essa organização?", questionou. Mas ele observou que algumas multinacionais já começaram a adotar no Brasil o procedimento que têm com os trabalhadores de suas matrizes, sediadas na Europa, com mais tolerância nas negociações. "Na Alemanha, por exemplo, existe cogestão nas empresas. O trabalhador pode interferir. É por essa realidade que lutamos também", afirmou.
ANO ELEITORAL
Sobre o comportamento do movimento sindical no ano eleitoral, Grana garantiu que nada muda a batalha por mais acordos e melhores acordos de PLR. "Vai prosseguir a política dos sindicatos de negociar a melhoria do piso salarial, que tem efeito no conjunto dos salários por conta da política de cargos e salários das empresas", disse. Também continua a briga por reposição da inflação e aumento real.
Sanches lembrou que anos eleitorais são favoráveis à economia e ao emprego por conta, no caso das eleições municipais, da renovação das frotas de ônibus e, nas estaduais, pela aceleração de investimentos em vários setores.
Fonte: Imprensa CNM/CUT