Começa o Encontro Nacional de Gênero da CNM/CUT em Porto Alegre
Na manhã de hoje, 18, teve início o Encontro Nacional de Gênero da Confederação Nacional dos Metalúrgicos (CNM/CUT) em Porto Alegre.
O evento, realizado semestralmente na sede da CNM em São Bernardo do Campo, a partir desta edição, passa a ser itinerante. O objetivo é aproximar as metalúrgicas das realidades regionais e promover uma maior troca de experiências a partir das diversidades locais.
Jairo Carneiro, presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, salientou a importância da iniciativa de descentralizar o encontro como forma de ampliar o olhar das trabalhadoras metalúrgicas. O dirigente lembrou que as lutas das mulheres da categoria não são regionais, mas sim nacionais, independentemente das especificidades de cada local, a necessidade de avançar em políticas e condições de trabalho são as mesmas.
O secretário-geral da CNM, João Cayres, participou da abertura do evento onde falou sobre os 30 anos da CUT e de todos os avanços nas questões de gênero obtidos até aqui, mas alertou que ainda há muito que avançar, principalmente dentro do movimento sindical.
A secretária da mulher da CNM, Marli Melo do Nascimento, agradeceu o apoio da FTMRS neste que é o maior encontro já realizado do Coletivo. Marli falou sobre a importância em mobilizar as mulheres para que haja crescimento de políticas específicas. “Temos uma pauta nova, com novos desafios. O encontro fortalece as regiões, dando suporte às dirigentes sindicais nas lutas regionais”, afirmou.
Na apresentação das participantes, diferentes realidades foram apresentadas. Porém, apesar dos problemas específicos de cada região, uma pauta comum naturalmente é delineada. A desigualdade de salários entre homens e mulheres, a luta pelas 180 dias de licença-maternidade, a questão das creches são exemplos.
O primeiro dia do encontro, que terá sequência amanhã, teve ainda a participação dos representantes do DIEESE falando sobre a situação da mulher no ramo metalúrgico e da secretária municipal de Desenvolvimento Social de Canoas, Maria Eunice Dias Wolf.
Maria Eunice falou sobre a sua trajetória no movimento sindical como dirigente da categoria e pontou temas importantes para discussão dos metalúrgicos como a violência contra a mulher, o aumento da longevidade e a representatividade das mulheres em cargos públicos.
Para finalizar, a palestrante provocou: “O sindicalismo não pode ficar somente nas cláusulas econômicas, temos que buscar um sindicalismo de transformação social”.