Campanha Salarial: Braços cruzados, Maxiforja parada!
A Maxiforja Componentes Automotivos é a terceira fábrica paralisada nesta semana desde que a categoria, em assembleia geral realizada no dia 20, rejeitou a proposta patronal e decretou greves na categoria.
Durante os discursos realizados para argumentar os motivos de greve e convencer os trabalhadores e trabalhadoras a voltar para suas casas, o dirigente sindical Antonio Munari lembrou que a Maxiforja recentemente obteve recursos do BNDES (dinheiro público) para investir e está produzindo e lucrando muito bem. “Mesmo assim não dignou-se a repor as perdas nos salários daqueles a quem chama de colaboradores”.
“Não dá pra aceitar que uma empresa como esta, que encontra dinheiro para comprar máquinas, equipamentos, comprar outra empresa, construir prédios e novas instalações, não encontre dinheiro pra pagar apenas aquilo que a inflação comeu dos salários dos trabalhadores”, disse o secretário-geral do Sindicato, Fávio de Souza.
“Há um articulação nacional unindo empresários e o governo interino no sentido de retirar ou reduzir direitos e salários”, disse Silvio Bica, vice-presidente do sindicato, que lembrou dos vários projetos que o governo golpista de Michel Temer está propondo, como fazer uma nova reforma na Previdência Social, impondo a idade mínima de 70 anos para os trabalhadores e trabalhadoras se aposentarem.
ENTENDA O PORQUÊ DAS GREVES
AS PROPOSTAS NÃO AGRADARAM – A categoria metalúrgica de Canoas e Nova Santa Rita reivindica apenas a reposição integral das perdas causadas pela inflação – 9,83%, segundo o acumulado do INPC entre maio/2015 e abril/2016 – retroativo a 1º de maio/2016, mas os patrões oferecem o mesmo índice, porém parcelado em três vezes: 3% retroativo a maio, 1,5% em setembro e o restante para completar os 9,83% em dezembro.
A CATEGORIA REJEITOU E DECRETOU GREVE – Consultada, a categoria mostrou insatisfação com o parcelamento e rejeitou a proposta patronal, decisão referendada na assembleia geral soberana, e resolveu realizar mobilizações mais fortes, como greves em uma ou mais empresas simultaneamente.
PATRÕES FICAM SE FRESQUEANDO – O sindicato patronal (Simecan) resolveu ajuizar o dissídio no TRT, mas, na primeira audiência de conciliação no tribunal, realizada na terça, dia 26, não apresentou nenhuma proposta diferente daquela que foi rejeitada pelos trabalhadores, o que desagradou os representantes dos trabalhadores e os mediadores do tribunal. Como não houve conciliação, o sindicato resolveu seguir cumprindo a decisão da assembleia, realizando greves nas empresas e preparando a categoria para uma possível greve geral nas fábricas metalúrgicas de Canoas e Nova Santa Rita, por tempo indeterminado.
Fonte: Geraldo Muzykant / STIMMMEC