Depois de meses administrando recuos no desempenho a AGCO atingiu, em setembro, a maior venda mensal de tratores agrícolas desde 1996. Faturou 1 mil 632 unidades, dando novo ânimo à sua diretoria, que já admite fechar o ano com os mesmos números de vendas físicas de 2008, coisa de 23,6 mil unidades.

De acordo com André Carioba, vice-presidente sênior para a América do Sul, a retomada está sustentada pelos programas públicos "Mais Alimentos e Pró-Trator", que estimulam a compra de tratores de menor potência para aplicação na agricultura familiar. O faturamento, contudo, não acompanhará o ritmo das vendas físicas em razão dos preços menores destes equipamentos: "O mercado se concentrou nos veículos de baixa potência".

Para Carioba esta tendência deve se consolidar no ano que vem com a continuidade dos programas governamentais.

RECONTRATAÇÃO

Tanto que a companhia já trabalha na ampliação do quadro de funcionários com a recontratação de parte dos oitocentos demitidos no primeiro semestre.

Na avaliação de Martin Richenhagen, presidente mundial da companhia, o faturamento global deverá recuar de 25% a 30% sobre os US$ 8,4 bilhões do ano passado. A queda terá forte influência dos mercados dos Estados Unidos e da América do Sul, com destaque para a Argentina, que registrou baixa de 66% no segundo trimestre do ano, enquanto que, no Brasil, no mesmo período, o índice foi de 2,2%.

Além da seca que prejudicou as plantações o dirigente da AGCO cita a política econômica e a crise mundial como agravantes da situação do país vizinho.

Apesar das dificuldades registradas ao longo do ano a AGCO não alterou o ritmo de investimento programado. Manteve US$ 200 milhões, mesmo valor do ano passado, para aplicação em pesquisa, inovação, desenvolvimento de novos produtos e ampliação da capacidade de produção, caso da fábrica da Stil em Ibirubá, RS, agora em condições de entregar até 3 mil implementos/ano, semeadoras, plantadeiras, plataformas de milho e carregadores frontais.

Outra aplicação é nos protótipos da colheitadeira de cana-de-açúcar que a Valtra, sua controlada, colocará no mercado em 2011.

Fonte: CNMCUT