O Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa de juros em 13,75% na reunião de terça-feira (20) e quarta-feira (21). Este resultado já era esperado. No entanto, surpreende a ausência de uma indicação de queda na reunião de agosto. A única mudança significativa no tom do comunicado foi a retirada da AMEAÇA de AUMENTAR AINDA MAIS a taxa de juros, que apareceu no comunicado anterior.

Ainda mais impressionante, o próprio Banco Central alterou suas previsões, reconhecendo que foi surpreendido, como o mercado financeiro. A previsão de inflação de 2023 caiu de 5,8%, para 5%. A previsão de 2024 foi de 3,6% para 3,4%. A inflação de preços administrados 2023 foi de 10,8% para 9%. O novo cenário do dólar também foi reconhecido. Os fatos mudaram, o Banco Central admitiu, mas Campos Neto continua na sua luta para avacalhar o governo Lula.

A principal alegação é que as expectativas para 2024 ainda estão acima da meta de 3%. Cabe lembrar que a meta é completamente irrealista para um país como o Brasil, que tem gargalos produtivos que produzem descompasso de preços e precisa urgentemente de investimentos em infraestrutura.

A manutenção da taxa de juros em 13,75% só serve para manter o desemprego alto: em abril, 18,4% dos trabalhadores estavam subutilizados. Os juros altos deprimem o crescimento, o poder dos trabalhadores e a indústria. Campos Neto continua sendo o principal agente do projeto “Fazendão-Cassino” para a economia brasileira. Incapaz de vencer nas urnas, esse projeto se encastela no Banco Central “independente”.

Fonte: @eupvfaria