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06.10.16   |   FTMRS 2016

Formação Sindical: Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre promove o segundo encontro de 2016

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Na última quarta-feira (5),foi promovido o segundo encontro de formação sindical do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre. Durante 4 horas, representantes dos comitês sindicais de empresa e membros da Executiva do Sindicato, interagiram com o relato de Pedro Machado, liderança sindical que sobreviveu ao período de ditadura militar.

Pedro Machado iniciou relatando as atividades que desenvolve como engenheiro na área de saúde e segurança do trabalho. “Faço o que posso para continuar defendendo os trabalhadores, inclusive hoje em dia\", afirma.

\"Comecei a minha militância na Micheletto, no início dos anos 60. A Micheletto funcionava na Sarmento Leite, uma zona vermelha de Porto Alegre, próximo dela localizava-se a garagem da Carris, logo acima o Restaurante Universitário da UFRGS. A gente se encontrava nos bares, na Redenção, e se discutia muita política.

Na empresa discutíamos de tudo. Desde a ida de Brizola para Conferência de Punta del Leste em 1961, uma homenagem de aniversário até a reintegração de trabalhadores demitidos injustamente. O trabalhador se envolve com questões do dia a dia, por isso precisamos nos aproximar do trabalhador e, muitas vezes simplificar, a nossa mensagem. Na época, a gente também era taxado de fazedores de política, teleguiados de partidos políticos. Mas, nós sabemos que a nossa tarefa é fazer política, é lutar para mudar as coisas. O dirigente sindical não pode ser um alienado da política. O salário do trabalhador depende de decisões políticas. É nosso dever passar isso para o trabalhador que vive com a cabeça voltada para a máquina.

Naquele tempo  havia organização no local de trabalho. Lá na Taurus, por exemplo, tinha uma organização, ainda não era reconhecida pela empresa, mas havia um núcleo de dirigentes atuantes que se reuniam para discutir questões da empresa. Fui preso na Taurus. Um dia chegou um destacamento, uma força desproporcional para me prender. Estava trabalhando, não fazia muito, não tinha carteira assinada. Aliás, a gerência da empresa dizia abertamente que não empregava mais negro nem catarina, eu sou negro, era exceção. Fui preso, passei dois meses sofrendo mal tratos, tortura psicológica, etc. Quando me soltaram voltei para Taurus, trabalhei até completar três meses e me despediram. Fiquei desempregado por um tempo e através de um amigo consegui uma vaga na Wallig, empresa de fogões, bem na frente do sindicato.

Tentei voltar para o sindicato, porém fui impedido. O sindicato ficou um certo tempo sob intervenção militar, depois foi nomeada uma junta diretiva que colaborava com o regime. Como não tinha o tal atestado de bons antecedentes, não consegui entrar em nenhuma chapa para fazer oposição\".

Para Pedro Machado o grande papel do dirigente sindical é ficar próximo dos trabalhadores, nunca devemos nos distanciar, mesmo nos momentos mais difíceis como este que estamos vivendo.

Para os dirigentes sindicais que não conheciam essa parte da história do sindicato, o encontro com uma liderança sindical com a bagagem histórica de Pedro Machado foi bastante proveitoso. O semblante dos participantes foi de entusiasmo para continuar qualificando a representação sindical.

 Fonte: João Marcelo Santos/Assessoria de Formação Sindical FTMRS

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