Patronal de Sapiranga ignora negociações com metalúrgicos

Como de praxe e em razão da data-base da categoria metalúrgica ser o dia 1º de maio, o Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Sapiranga entregou sua pauta de reivindicação para o Sindicato Patronal e aguardou a designação de reuniões, para que as negociações se iniciassem.

A primeira reunião somente foi marcada para o dia 5 de junho, quando a direção do Sindicato dos Metalúrgicos compareceu representada pelo seu presidente, Mauri Schorn, e pelo tesoureiro Anilton Pereira, acompanhados pela assessora jurídica e pela assessora do DIEESE. Representando as empresas encontravam-se o presidente do Sindicato Patronal, Raul Heller, os diretores Pizutti e Neuri, a representante da Metalúrgica Altero, Eliane, e os assessores jurídicos Edson Garcez e Gisele Garcez.

Os representantes dos trabalhadores foram recebidos pelo presidente do Sindicato Patronal de forma desrespeitosa, pois já no início ele sugeriu que a reunião fora marcada por insistência do Sindicato dos Trabalhadores e que ele não tinha muito tempo para despender (= perder), o que denotou a falta de interesse do patronato em realizar qualquer negociação.

De acordo com Mauri Schorn, uma das primeiras atitudes de Heller na mesa de negociações foi refutar a proposta enviada pelo Sindicato dos Trabalhadores, dizendo que os empregadores entendiam absurdo o pedido de reajuste de 10%.

O dirigente patronal reclamou da situação da economia e da postura do governo estadual, que estabeleceu salário mínimo regional elevado, afirmando que as indústrias estão deixando o Estado para se estabelecer em outros lugares. Não faltou queixa nem para o Governo Federal. O empresário alegou que o “Lula só deu incentivo para a indústria automobilística”, e ainda taxou de absurdas as reivindicações da pauta unificada, que em sua visão desconsidera a diferença de realidade entre as regiões do país.

Diante de qualquer intervenção dos representantes dos trabalhadores, respondia agressivamente ou com desdém, como se somente suas opiniões tivessem respaldo técnico. Quando a assessora do DIEESE apresentou números e avaliações técnicas feitas pelo órgão e inclusive pela FIERGS acerca da economia, ele desconsiderou, questionando-a se era economista e sorrindo, de forma irônica.

O assessor jurídico, Dr. Edson Garcez, fez referência a uma entrevista dada pelo economista Ricardo Franzoi, do DIEESE, na mídia, desqualificando-a, em total desrespeito ao profissional, que não se fazia presente na reunião.

Segunda a assessora jurídica do Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga, Silvana Fátima de Moura, em momento algum a entidade patronal, por meio de seu presidente, demonstrou qualquer interesse em iniciar uma negociação com os trabalhadores, manifestando sua empáfia e prepotência, o que fez com que os representantes dos empregados saíssem da reunião perplexos com tamanha falta de educação e civilidade.

“O tom da reunião contrasta com todas as negociações anteriormente ocorridas, pois independentemente da situação econômica do país, sempre foi possível estabelecer uma relação civilizada que sempre culminou em acordos, credenciando-se, a mudança de situação, à postura do Presidente do Sindicato Patronal”, finalizou a advogada.

O Sindicato dos Metalúrgicos de Sapiranga repudia a atitude dos representantes do Sindicato Patronal e vai lutar para garantir o direito, garantido por lei, de negociar. Os trabalhadores da região merecem respeito e valorização pelo suor que deixam no chão de fábrica. 

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