Noroeste Do Estado Tem Receio De Mais Demissões Em Massa

A demissão de 502 funcionários da fábrica de colheitadeiras da John Deere, em Horizontina, na semana passada, não encerrou a safra demissões na indústria de máquinas agrícolas no Rio Grande do Sul.

Até o final da semana, mais 200 empregados podem ser dispensados por uma outra empresa gaúcha do setor, segundo o presidente do Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas no Rio Grande do Sul (Simers), Claudio Bier.

O dirigente prefere não revelar o nome ou a cidade da indústria que promoverá o corte de pessoal, mas adianta apenas que se trata de um grupo que ainda não promoveu demissões em bloco por conta da retração.

Receio de demissões existe em Santa Rosa. Nesta manhã, na fábrica de colheitadeiras da AGCO, representantes da categoria e dirigentes da empresa se reúnem, a pedido do sindicato local. Em dezembro, foram demitidos da unidade 155 funcionários. A empresa alega que não há confirmação sobre novos cortes de empregados.

– Estamos torcendo que não anunciem mais demissões, mas não dá para duvidar de nada – comentou o vice-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Santa Rosa, Janir Lino.

Um novo lote de rescisões reforça a tendência de cortes de pessoal no segmento apontada por Bier e que já vem provocando redução de vagas também entre os fornecedores de peças. Foi o que ocorreu na Fundição e Usinagem, mais conhecida como Fundimisa, que entre segunda-feira e ontem demitiu 60 funcionários em Santo Ângelo, nas Missões. Em outubro, 200 já haviam sido dispensados.

Trabalhadores farão ato de protesto

Um dos clientes da Fundimisa, que produz peças fundidas para máquinas e automóveis, é a John Deere. Para que outros cem postos não sejam cortados em Santo Ângelo, a fundição tenta negociar a redução de jornada e de salário com os empregados. Na sexta-feira, receberão uma resposta deles. Com os cortes, a empresa ficou com 550 funcionários. A proposta é de que a jornada e os salários diminuam em 15%. Mais da metade dos desligados ontem optou pelo Programa de Demissão Voluntária.

A empresa, que produzia em média 2 mil toneladas de peças fundidas por mês, fabricou apenas 450 toneladas em dezembro.

O primeiro grande ato contra as demissões no Rio Grande do Sul ocorrerá hoje de madrugada, em Horizontina. Metalúrgicos de diferentes regiões gaúchas preparam protesto em frente à fábrica da John Deere, onde houve o maior corte de trabalhadores no Estado desde que estourou a crise mundial.



Fonte: Zero Hora

Pesquisar

FTMRS