Maxiforja: trabalhadores(as) na luta contra abusos e a retirada de direitos
De braços cruzados e com atraso na entrada, trabalhadores(as) da Maxiforja, metalúrgica de Canoas, participaram da assembleia realizada na porta da fábrica na manhã desta sexta-feira (10). Em pauta, esclarecimentos e cobranças sobre questões específicas da empresa, que tem atuado com uma postura de cobrança intensa e falta de compromisso com direitos trabalhistas fundamentais, como o pagamento do adicional de insalubridade. “Forjaria, tratamento térmico e acabamento são claramente setores insalubres, mas a empresa apresentou um laudo que diz o contrário, justamente para continuar não pagamento o benefício”, apontou o dirigente Gilmar Kenne.
Os dirigentes também apontam que trabalhadores(as) novos na empresa já entram sem receber o adicional de insalubridade e que os antigos não estão mais recebendo.
Além do descaso com direitos relacionados à saúde dos trabalhadores(as), gestores da empresa adotaram uma postura de cobrança frente às faltas. “O RH tem sido duro na abordagem das faltas, o que mostra um despreparo dos gestores”, afirmou o dirigente Antonio Munari. “Eles cobram explicações pelas faltas, mas ignoram o fato de que muitas vezes os trabalhadores passam o final de semana dentro da fábrica e se privam do tempo de lazer com a família ou do descanso necessário”.
A prática do 6×1 também foi denunciada. O que era pra ser um plano temporário para manter a produção, tornou-se comum na empresa, que já contrata trabalhadores(as) para atuar neste modelo. “Dentro deste modelo aparecem também problemas em relação ao refeitório. Além das reclamações em relação aos alimentos servidos, temos trabalhadores que ficam até 7 horas na produção, sem comer”, apontou o dirigente Leandro Freitas.
Reforma na Previdência Social
Para levantar o debate político e de defesa dos direitos trabalhistas, o secretário geral do Sindicato, Flavio de Souza, abordou o projeto de reforma da Previdência Social, que avança a passos largos na Câmara dos Deputados. Se aprovada, trabalhadores e trabalhadoras terão que trabalhar, no mínimo, 49 anos para conquistar a aposentadoria integral. A idade mínima para requisitar o benefício também aumenta, passando a ser de 65 anos para ambos os sexos.
O dirigente, que também integra a Federação dos Metalúrgicos do Rio Grande do Sul (FTMRS), lembrou que as entidades sindicais ligadas à categoria metalúrgica estão em uma ampla campanha contra a aprovação do projeto. “CUT, CNM, Federação e seus sindicatos filiados estão na luta, em cada porta de fábrica, para combater esta reforma que ataca de forma cruel a classe trabalhadora e acaba com as aposentadorias no país”.
A mobilização desta manhã contou também com o apoio de dirigentes do Sindicato dos Rodoviários de Canoas.
Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC