“Onde está o respeito pela classe trabalhadora”, questionam dirigentes em assembleia na Midea Carrier
No trabalho de conscientizar trabalhadores e trabalhadoras da base de Canoas e Nova Santa Rita, o Sindicato esteve na manhã desta quarta-feira (08) em frente à metalúrgica Midea Carrier, em Canoas. Em pauta, a Reforma Trabalhista, que passa a vigorar a partir do próximo dia 11 e que, para além da perda de direitos, também aponta para a precarização do bem estar e da dignidade de todos e todas. “Onde está o respeito pela classe trabalhadora?”, questionou o dirigente Zé Rosales em frente à fábrica ao abrir os trabalhos da assembleia.
Durante as falas, o presidente Paulo Chitolina destacou os principais pontos de impacto da reforma, em especial, a tentativa de quebra das relações entre o sindicato e as empresas, vista na priorização dos acordos individuais e no fim das homologações dos contratos de trabalho junto à entidade. “Eles acham que o Sindicato é um entrave nas rescisões, mas nós sabemos o quão problemáticas são as homologações para o lado dos trabalhadores”, afirmou o presidente. No entanto, ele afirmou que o sentimento dos empresários em relação à reforma ainda é de desconfiança. “Foram 117 pontos da CLT alterados, ou seja, um pacotão de bondade aos empresários. Só que quando a esmola é demais, o santo desconfia”.
Na convocatória para ampliar a resistência da classe trabalhadora, o dirigente Cecílio Guterres reformou que o Sindicato estará atento nos movimentos da empresa. “Nós sabemos que a Midea já pensa em implantar a Reforma, mas estamos aqui pra deixar claro que caso algum contrato de trabalho seja alterado, nós vamos para a fábrica”.
Sindicalização é fundamental na resistência
Outro ponto que tem sido reforçado pelo Sindicato é o fortalecimento da entidade por meio da sindicalização. Em frente à Midea, o secretário-geral Ivo Korok lembrou as conquistas da metalurgia, previstas em Convenção Coletiva, que garantem direitos não previstos em lei, como por exemplo, o pagamento de adicional de horas extras. “Este e outros benefícios são possíveis graças à ação do Sindicato, que não serve só para dar brinde no final do ano”, disse o dirigente, que ainda lembrou dos anos de governos progressista em que a categoria conquistou mais de 20% de aumento real nos salários. “Nós viemos avisando que o golpe era na classe trabalhadora e não em um governo A ou B”.
O dirigente Juarez de Oliveira também reforçou a importância da atuação sindical, principalmente em um momento de importantes mudanças na legislação trabalhista. “O Sindicato é o escudo protetor do trabalhador”, afirmou, também aproveitando a oportunidade para fazer referência ao período de intensa precarização dos/as trabalhadores/as. “Estamos retroagindo ao tempo do Brasil Colônia”.
Fonte: Rita Garrido / STIMMMEC