Em live, dirigentes relatam negociações da mesa de máquinas agrícolas

A Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS) promoveu uma live na página da entidade no facebook, na noite desta quinta-feira (6), para dar um relato das negociações da mesa de Máquinas Agrícolas. As negociações estão ocorrendo desde abril e na tarde de ontem aconteceu mais uma rodada de conversa entre as entidades, o mais longo até agora, com três horas.
Os participantes falaram sobre como está a produção nas indústrias da base e contaram qual foi a resposta para algumas propostas feita pelos empresários como a retirada do quinquênio e a mudança no percentual do banco de horas. Além de apresentarem a pauta deste ano e o andamento das reivindicações de gênero.
Assista a live aqui.
O diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de Porto Alegre, Hugo Barbosa da Silva, afirmou que os sindicatos não aceitam a retirada do quinquênio. “A alta rotatividade vai anulando a existência do quinquênio”, disse. Sobre o percentual de aprovação de banco de horas, a patronal propôs diminuir de 55% para 50% mais 1. “Recusamos também, pois entendemos que é necessário representatividade para qualquer votação”. Hugo lembrou que se as empresas estão com um ótimo cenário é graças aos trabalhadores “por isso, agora é hora de união da categoria”.
Os bons índices de produção das fábricas de máquinas agrícolas foram salientados pelo presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Panambi, Jorge Luiz Severo Martins. “Fizemos um bom apanhando com os trabalhadores de diversas regiões e existe uma demanda muito grande por mão de obra. Então a realidade não condiz com o que o sindicato patronal relatou hoje”, enfatizou. O dirigente citou inúmeros exemplos do bom momento que passa o setor, com empresas faturando mais de um milhão neste ano e outras só estão aceitando encomendas para o final do ano.
O presidente do SindiMáquinas de Carazinho, Luiz Sérgio Machado, abordou a pauta de reivindicações que pede do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) integral que está em 7,6%, reajuste igual no piso, aumento real de 2%, vale para os trabalhadores em home office, entre outros. “Os trabalhadores estão sofrendo com perdas e as empresas faturando, num bom momento. Por isso, esse ano precisamos recuperar nossas perdas e não vamos abrir mão de um aumento. Queremos repor os nossos salários e agora em maio, pois os trabalhadores estão sofrendo com o aumento do custo de vida”, declarou.
As reivindicações específicas das trabalhadoras, como licença remunerada para mulheres vítimas de violência doméstica e a falta justificada para acompanhar os filhos em consultas ou internações médicas foi abordado pela secretaria geral do Sindicato dos Metalúrgicos de Venâncio Aires, Ana Paula Kaustmann. “Queremos que as trabalhadoras mulheres tenham segurança nos locais onde trabalham, que deem um suporte para essas trabalhadoras. São poucas mulheres dentro das fábricas de máquinas agrícolas, mas é necessário lutar para que elas tenham uma melhor condição de trabalho”, enfatizou.
Ao encerrar a live, o mediador da conversa e tesoureiro da FTM-RS, Milton Viário lembrou que a categoria não vai aceitar números abaixo INPC, pois é uma maneira de os trabalhadores participarem do bom momento das indústrias, pois o setor está com produção em alta.
A próxima reunião com a patronal será na tarde de terça-feira (11).
Fonte: FTM-RS