Campanha Salarial: Caravana termina em Erechim
“O que vem para o trabalhador é em conta gotas, enquanto as empresas lucram cada vez mais”. Este foi o tom dos discursos dos dirigentes sindicais aos metalúrgicos de Erechim, hoje (22), na porta de algumas fábricas da cidade.
Mesmo com chuva na parte da manhã, a caravana da Campanha Salarial manteve as atividades programadas e visitou as empresas Comil e Intecnial. No inicio da tarde os trabalhadores da Triel HT participaram de uma assembleia antes de iniciar as atividades, cruzando os braços em uma manifestação de indignação.
Com o objetivo de pressionar os empresários a avançar nas negociações do Dissídio Coletivo, que tem data base em 1º de maio, desde o dia 13 a Caravana percorreu as regiões Planalto e Missões, passando pelas cidades de Horizontina, Santa Rosa, Santo Ângelo, Ijuí, Panambi, Passo Fundo, Carazinho e Erechim.
“O que a gente tem visto na mesa de negociação é nenhum avanço na discussão com o sindicato patronal”, alertou o Secretário Geral da Federação dos Metalúrgicos do RS, Flavio Fontana de Souza. A primeira reunião com o setor de máquinas agrícolas acontece nesta quarta- feira, na sede da FIERGS em Porto Alegre. No setor metalúrgico, já foram realizadas três reuniões, sem acordo. “Os patrões não concordam com a nossa proposta e travam as negociações ao não apresentarem alternativas”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, Fabio Adamczuk.
Os metalúrgicos querem aumento de 10%, que corresponde à inflação no período, que ficou em 7,16% mais aumento real. Querem, também, a renovação de todas as cláusulas sociais, e a inclusão das novas cláusulas que foram aprovadas nas assembleias pelos trabalhadores. Nesta campanha salarial também se inicia a luta pelo acordo coletivo nacional. Vários itens da pauta estão sendo debatidos em todo o país, representando o primeiro passo para a unificação do acordo em todo o Brasil, defendido pela Confederação Nacional dos Metalúrgicos e com o apoio de todos os sindicatos filiados.
A caravana poderá retomar as atividades, caso as negociações não avancem.