10 anos de bolsa família: Maiores impactos são na saúde e educação infantil
A inclusão social dos segmentos populacionais mais pobres e os impactos nos serviços de saúde e de educação foram os principais temas do debate Diálogos Bolsa Família: Uma década de contribuições para o desenvolvimento brasileiro, que sucedeu o ato de celebração dos 10 anos do programa de transferência de renda, em Brasília.
“Não dá para esperar que o programa resolva tudo. Mas com certeza é um programa que tem impacto grande na saúde e educação e custa pouco”, afirmou o secretário Nacional de Renda de Cidadania Luís Henrique Paiva, mediador do debate. Fizeram parte da mesa Luiz Cláudio Costa, presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), Rômulo Paes de Souza, diretor do Centro RIO+, e Sergei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Luiz Claudio Costa ressaltou a importância do Bolsa Família na manutenção das crianças na escola. Além disso, destacou que o desempenho dos beneficiários é igual ou superior ao dos que não são atendidos pelo programa. “Em um país como o Brasil, o melhor indicativo é o da inclusão. E para se ter a inclusão nas escolas o programa foi fundamental”, afirmou.
Na área da saúde, Rômulo Paes afirmou que o programa foi essencial para a diminuição da taxa de mortalidade nas crianças até cinco anos. Segundo ele, com o programa, a mortalidade infantil caiu 17% entre 2004 e 2009, nos municípios com alta cobertura do Bolsa Família. O programa também contribuiu para 53% de redução nas mortes por doenças diarreicas, 65% por desnutrição e 20% por infecções de vias aéreas. “Isso sem falar nas internações hospitalares, que tiveram redução de 16% em geral, e de 39% nas relacionadas a doenças diarreicas e 47% nos casos de desnutrição”, concluiu.
O que chama mais atenção, de acordo com o Ipea, é que esses resultados são obtidos com investimento anual inferior a 0,5% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. “O sucesso do programa reside na focalização, por meio da qual a renda chega às pessoas mais pobres”, afirmou o pesquisador Sergei Soares.
Fonte: Ministério do Desenvolvimento Social