Trabalhadores da Comil de Erechim param em protesto à proposta patronal
A proposta apresentada na reunião de quinta-feira pelos representantes dos empresários na reunião com a Federação dos Metalúrgicos do RS provocou a reação de pelo menos 80% dos trabalhadores da Comil que se recusaram a entrar na fábrica nesta segunda (13). Eles permaneceram durante toda a manhã em frente à empresa no Distrito Industrial de Erechim. Alguns usavam “nariz de palhaço”. O protesto é contra o aumento proposto - menor do que a inflação - e não respeito à data base, que é primeiro de maio. Os patrões propõe repassar parte do aumento em julho e parte em janeiro de 2016.
A Comil é uma das maiores montadoras de ônibus do Brasil. Tem 1.600 funcionários e produz em média 10 ônibus por dia. Há três meses os trabalhadores aceitaram uma proposta de redução de jornada com redução de salários. Os dirigentes sindicais da fábrica denunciam que a produção, que na época da redução estava em sete ônibus por dia, voltou a crescer este mês. No entanto, os salários continuam 16% menores. “Estamos sendo pressionados a trabalhar mais e ganhar menos. As demissões reduziram o número de metalúrgicos por setor, mas a produção aumentou e os mesmos trabalhadores que fabricavam sete ônibus por dia agora estão produzindo dez”, denunciam os dirigentes. Caso a postura patronal não mude nas próximas reuniões as mobilizações devem se intensificar.
Veja a proposta patronal:
Piso salarial:
Primeiros 90 dias: em 1º de julho R$ 1.012,00 em 1º de janeiro R$ 1.036,00
Após 90 dias: em 1º de julho R$ 1.047,00 em 1º de janeiro R$ 1.071,00
Reajustes:
1ª faixa: salário de R$ 1.399,12: reajuste de 4,5% em 1º de julho, mais 2,32% em 1º de janeiro (completa 7%)
2ª faixa: salário de R$ 2.331,89:reajuste de 4,5% em 1º de julho, mais 1,44% em 1º de janeiro (completa 6%)
3ª faixa: salários de R$ 4.633,75: reajuste de 4,5% em 1º de julho, mais 0,48% em 1º de janeiro (completa 5%)