Temer nomeia ministro do Trabalho após consulta a entidade patronal
Caio Vieira de Mello foi anunciado após reunião com o presidente da CNI, Robson Andrade
Após Helton Yomura (PTB) pedir demissão do Ministério do Trabalho e do emedebista Eliseu Padilha (Casa Civil) assumir interinamente a pasta, o governo Michel Temer (MDB) empossou o advogado Caio Luiz de Almeida Vieira de Mello como novo titular da área nesta terça-feira (11). Na posse, o agora ministro, apoiado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), defendeu a reforma trabalhista
O nome foi divulgado pelo Planalto como de caráter “técnico”. Desde que Temer assumiu a Presidência até a saída de Yomura, a pasta foi comandada pelo PTB. A legenda está no centro de uma investigação da Polícia Federal que apura supostas fraudes em autorizações para o funcionamento de entidades sindicais.
Nos bastidores, a indicação de Vieira de Mello é avaliada como tendo o objetivo de sanear o Ministério do Trabalho e evitar novos escândalos. Questionado sobre o tema em sua posse, o novo ministro simplesmente disse que “se for necessário, será feito”.
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Vieira de Mello foi anunciado pelo governo após uma reunião na segunda-feira (9) entre Michel Temer e o presidente da CNI, Robson Andrade. O último avaliou o nome como “excelente”. O novo ministro, questionado pela imprensa quanto a sua posição sobre a reforma trabalhista, afirmou apóia-la, pois, em sua opinião, “não muda nada”.
O novo nome da pasta é desembargador aposentado desde 2012. Atuava no Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região. Como advogado, era consultor do escritório Sérgio Bermudes Advogados Associados. Sua ida para o Ministério do Trabalho ocorre em um momento em que dados do IBGE apontam um aumento do número de desempregados no primeiro trimestre de 2018 em relação ao trimestre anterior.
Nos primeiros três meses do ano, 13% da população população economicamente ativa está desempregada. No último trimestre de 2017, o percentual era de 11%. Além dessas cifras, o Instituto aponta que o Brasil também vem passando por um aumento do número de vagas informais e queda nos postos com carteira assinada.
Fonte: Brasil de Fato