Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim denuncia arbitrariedades nas demissões da Comil
Em oficio encaminhado na quinta-feira (01), ao Ministério Público do Trabalho de Passo Fundo, a direção do Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim informou que a demissão dos cerca de 900 trabalhadores da Comil ocorreu sem negociação com o Sindicato e sem critérios, contrariando o que estabelece a Lei. O Sindicato informou, ainda, que a Comil desrespeitou o compromisso que havia assumido no Termo de Ajuste de Conduta firmado com o Ministério Público do Trabalho em junho deste ano.
As demissões ocorreram na manha de quinta-feira, quando os trabalhadores do turno do dia voltaram ao trabalho depois de uma licença remunerada de três dias. Antes da entrada para o trabalho, na rua em frente à fábrica, os dirigentes do Sindicato informaram sobre a proposta que havia sido encaminhada pela empresa: pagamento das rescisões em 24 vezes, com parcelas de, no mínimo, um salário mínimo por mês. Ficou estabelecido que os dirigentes conversariam com os trabalhadores em todos os setores para organizar uma assembleia geral para debater e deliberar sobre a proposta.
No entanto, logo depois que registraram o ponto, os trabalhadores foram separados em dois grupos e a um deles foi comunicado que estariam demitidos. Em seguida, todos foram dispensados. “Entendemos que a empresa simulou a negociação das demissões coletivas, o Sindicato não havia dado um parecer sobre a proposta porque não havia submetido à avaliação dos trabalhadores. Entendemos também que a empresa dificultou o acesso do sindicato aos trabalhadores dispensando-os durante os três dias em que a suposta negociação aconteceu”, denunciou o presidente do Sindicato, Fábio Adamczuk. Ele destacou ainda que “em nenhum momento a direção do Sindicato toma decisões sem consultar os trabalhadores e que isso seria feito a partir da volta ao trabalho, nesta quinta- feira”.
O Sindicato também questiona a alegação da empresa de que as demissões foram provocadas somente pela crise econômica. Apresentam dados que mostram que a Marcopolo, empresa do mesmo setor, apresentou um crescimento de 16% no segundo trimestre deste ano, em comparação com o mesmo período do ano passado. Na Marcopolo, o lucro líquido, segundo o Jornal Valor Econômico foi de R$ 42,9 milhões de abril a junho deste ano.
Durante toda a tarde grande parte dos trabalhadores demitidos procurou o Sindicato em busca de informações. A entidade está convocando uma assembleia para a próxima segunda- feira, 05, às 18h para discutir a situação com os demitidos.
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim